quinta-feira, 29 de maio de 2008

A SEED se pronuncia

Nota oficial da Secretaria de Estado da Educação

A licitação para a compra dos televisores multimídia foi concluída em dezembro de 2006. As contas da Secretaria de Estado da Educação desse ano, ao contrário do que afirma o colunista Celso Nascimento, foram aprovadas – sem ressalvas – pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná, conforme acórdão 1129/07, de 23 de agosto de 2007.

Disso se depreende – e qualquer pessoa que não esteja com a costumeira má-fé do colunista da Gazeta do Povo entenderia assim – que a licitação foi analisada e aprovada pelo Tribunal de Contas.

O que se encontra atualmente em pauta é a resposta a uma consulta feita, em março de 2007, pelo secretário Mauricio Requião, conforme ofício GS/SEED nº 2085/2007, imediatamente após o surgimento de irresponsáveis denúncias sobre o processo de compra dos televisores multimídia, para que o Tribunal de Contas se manifeste sobre a lisura do procedimento adotado pelo Governo do Paraná.

Ao que parece, tal análise, sobre procedimento já aprovado pelo Tribunal, não interessa a quem parasita a desinformação e sobrevive de calúnias.

Laranja amarelou?

Blog do Fábio Campana

1-Conselheiro adia divulgação do voto sobre TVs laranjas
O conselheiro Artagão de Mattos Leão pediu adiamento por uma sessão da apresentação do relatório e voto sobre a consulta que se refere à compra das TVs laranjas pela Secretaria de Educação.

Adiantou que o seu entendimento sobre o assunto é diferente do que foi noticiado. Agora, é esperar a próxima quinta-feira para ver como fica.

Para atualizar o imbróglio
O Blog do Zé Beto publicou o texto completo do voto do conselheiro Artagão Mattos Leão, do qual se extrai sua aprovação ao processo de licitação e compra das tvs laranja. Para conferir na próxima. O voto completo no

Quinta-feira, 29 de Maio de 2008 – 15:17 h

2-Perguntar não ofende
Quinta-feira, 29 de Maio de 2008 – 18:53 hs
Se a Secretaria de Educação diz em nota que a compra das tvs laranjas foi aprovada pelo tribunal de Contas, sem ressalvas, em 2006, por que o secretário de Educação, Maurício Requião, fez um consulta formal ao Tribunal para saber se a licitação foi lícita, legal e moralmente defensável?

Troca de favores?

Celso Nascimento - Jornal Gazeta do Povo

Maurício Requião vai poder assumir o mantra de Maluf

Publicado em 29/05/2008

A partir de hoje à tarde, o secretário da Educação, Maurício Requião, poderá ganhar o direito de usar o mesmo mantra que Paulo Maluf repete cada vez que desconfiam dele: “Minhas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas”.

O prêmio ao secretário virá com a esperada aprovação de voto do conselheiro Artagão de Mattos Leão em resposta a uma consulta que o secretário fez ao Tribunal de Contas sobre a legalidade da compra dos 22 mil televisores alaranjados. Em seu parecer, Artagão diz que tudo foi feito de forma legal.

A coluna teve acesso antecipado ao texto do parecer de Artagão. Segundo o conselheiro, de acordo com documentos que analisou “pode-se depreender que a modalidade escolhida – pregão eletrônico – está em consonância com a Lei nº 10.520/02, decretos que a regulamentam e a legislação estadual adrede a matéria, considerando que o seu objeto é de natureza comum, ao considerar-se que os padrões de desempenho e qualidade podem, como foram, objetivamente definidos pelo instrumento convocatório, por meio de especificações usuais no mercado”.

Especialistas em direito administrativo divergem da opinião do conselheiro. Segundo respeitados juristas da área, a compra deveria ser feita sob a modalidade de concorrência pública e não na de pregão eletrônico O voto de aprovação do conselheiro, no entanto, não se aprofunda nessa questão.Ele vai direto para a absolvição: “O procedimento licitatório em suas fases interna e externa observaram (sic) os princípios norteadores das licitações públicas, não se encontrando nenhuma mácula que possa inquiná-lo de viciado, falho ou irregular.”Consulta e parecer versam sobre fato concreto. Pode?

Esse relatório está na pauta de votações da sessão plenária desta quinta-feira, contrariando todos os pareceres técnicos internos e a norma regimental do Tribunal de Contas de não responder consultas que versem sobre fatos concretos. As consultas, dizem a norma e os pareceres, devem ser formuladas em tese e as respostas idem. Nunca, principalmente, quando a despesa já tiver sido realizada.

O conselheiro Mattos Leão, porém, achou uma válvula de escape. Seria o “parágrafo 1º, do art. 38 da Lei Complementar nº 113/2005 [que] autoriza o Tribunal de Contas a enfrentar situações concretas, desde que demonstrado o interesse público, devendo a resposta ser oferecida em tese” – escreve ele em seu voto.

Claro que, ao contrário do que preconizou, sua resposta não foi em tese – mas sobre o fato concreto que lhe foi apresentado para opinar.

Mais estranho ainda é que a compra das televisões e o dispêndio dos recursos correspondentes ocorreram no exercício de 2007, cujas contas ainda não foram julgadas pelo Tribunal. Se, hoje, aprovar a legalidade dos procedimentos, o TC estará julgando e aprovando antecipadamente uma parte das contas. É de se perguntar: isso pode?

Voto LARANJA, ao vivo...

Blog do Fábio Campana

Ao vivo, em cores, o voto da TV laranja.
Quinta-feira, 29 de Maio de 2008 – 11:24 hs
Hoje, às 14h00, a TV Sinal da Assembléia transmitirá a sessão do Tribunal de Contas. O primeiro conselheiro a falar será Artagão de Mattos Leão.

Seu voto favorável e entusiasmado pela TV laranja é o quarto item da pauta. Mas há grande possibilidade de que alguém peça vistas antes da votação.

Triste realidade

Blog do Fábio Campana

83% dos alunos têm professor insatisfeito
Deu na Folha de São Paulo

De Antônio Góis:

Os professores brasileiros, com exceção apenas de seus colegas uruguaios, são os mais insatisfeitos com seus salários, segundo um relatório divulgado ontem pela Unesco, no comparativo entre 11 países em desenvolvimento. No estudo, 83% dos alunos do ensino primário (equivalente, no caso brasileiro, aos quatro primeiros anos do ensino fundamental) estão em classes cujos docentes se declararam insatisfeitos com os salários.

O relatório também mostra, como já evidenciado em outros estudos da Unesco, que as taxas de repetência no ensino primário no Brasil destoam, e muito, das de outros países. No Brasil, a repetência chega a 19% dos alunos no ensino primário, mais que o dobro da verificada no segundo país com maior percentual, o Peru, com 8,8%.

Quinta-feira, 29 de Maio de 2008 – 8:55 hs. Deixe um comentário.


3 comentários
CLOVIS PENA Quinta-feira, 29 de Maio de 2008 – 9:16 hs
Penso que o atual ministro é dos melhores que o Brasil já teve. Mas, os problemas da educação são enormes em vista do histórico débito dos governos com esta área fundamental. A insatisfação em grande parte se deve às soluções necessárias no atacado, que estão ocorrendo para atender grandes contingentes de jovens excluídos. Há necessidade de se pensar e adotar medidas mais vigorosas na qualidade da educação. Vale dizer: ensino, pesquisa e extensão. Pela Lei são indissociáveis mas na prática isto raramente ocorre. Uma escola de professores já foi iniciada no Paraná. Lá no faxinal do céu. Qual o investimento atual ? Alguém podería falar com clareza e objetividade do plano de educação para o Paraná?

Colégio Estadual Quinta-feira, 29 de Maio de 2008 – 9:55 hs
Clovis Pena, se vc conhecesse o que realmente está acontecendo no Colégio Estadual do Paraná conheceria bem concretamente o plano de educação para o Paraná…

ema fortes Quinta-feira, 29 de Maio de 2008 – 10:47 hs
O PLANO É…INICIAR AS AULAS COM AS ESCOLAS SEM MANUTENÇÃO, LIMPEZA,MERENDA E MATERIAL ESCOLAR; FINGIR QUE PRIVILEGIA OS
PROFESSORES COM AUMENTO , EM
DETRIMENTO DOS DEMAIS SEGMENTOS DO FUNCIONALISMO;
COLOCAR ÁULICOS NOS CARGOS COMISSIONADOS DA EDUCAÇÃO, SEM
PREPARO, SEM CARÁTER, SEM MORAL;DAR O EXEMPLO SUPERIOR EM
MANIPULAÇÃO DE LICITAÇÕES, COMO
FORMA DE FAZER ESCOLA ENTRE OS
MEMBROS DA EQUIPE OFICIAL,……………………………………………………….

Mais uma aula de "democracia"...

Blog do Marcus Vinicius

É bom saber que a Secretaria de Segurança zela pela baderna
28 Maio, 200819:38

NOTA OFICIAL DIVULGADA AGORA HÁ POUCO PELA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA:

A Secretaria da Segurança Pública do Paraná informa que determinou rigorosa apuração, através de procedimento administrativo, dos fatos que envolveram policiais da Companhia de Polícia de Choque da Polícia Militar do Paraná na contenção de um tumulto envolvendo sindicalistas na manhã desta quarta-feira.

A Secretaria informa que o Governo do Paraná respeita os movimentos sociais e suas reivindicações e não concorda com ações que possam reprimir atos legítimos de exercício da democracia.
Assim que soube das denúncias feitas pelos sindicalistas, o comando geral da Polícia Militar do Paraná determinou imediata instauração de procedimento administrativo que irá apurar possíveis abusos por parte dos policiais que participaram do ato.

COMENTO:

Três carros de som apontaram na Viação Cidade Sorriso, no Umbará, às três da madrugada conclamando os funcionários que chegavam ao trabalho naquele horário a aderir à manifestação pelas jornada de 40 horas semanais. O Sindimoc - Sindicato dos Motoristas e Cobradores - já havia antecipado que não iria aderir ao protesto, mesmo porque os motoristas e cobradores trabalham 36 horas por semana.

Registre-se: os três portões da garagem foram fechados com correntes e as chaves foram quebradas dentro das fechaduras. Ou seja, o dito exercício de democracia cantado em prosa verso na nota da Secretaria de Segurança Pública onde, por conveniência legal, não consta o nome do secretário Luiz Fernando Delazari, foi regiamente desprezado. Tratou-se então de uma impostura, o que significa impôr a vontade a outros. Na minha terra, isso é caso de polícia.

Seção: Geral 3 Comentários para “É bom saber que a Secretaria de Segurança zela pela baderna”

1 Colégio Estadual do Paraná
28 Maio, 2008 às 22:56
Dois pesos e duas medidas:
Como se explicam então os processos contra os professores do Colégio Estadual do Paraná que lutavam única e exclusivamente pela qualidade da educação naquela renomada instituição de ensino? Se é verdade que “o Governo do Paraná respeita os movimentos sociais e suas reivindicações e não concorda com ações que possam reprimir atos legítimos de exercício da democracia”, por que o Sr. Secretário de Educação abriu processo administrativo contra os professores que se atreveram a discordar dos encaminhamentos equivocados da pedagoga indicada pelo Sr. secretário e nomeada por seu irmão governaDOR?
Inacreditável!

2 Colégio Estadual do Paraná
28 Maio, 2008 às 23:11
Talvez a lógica deles seja:
criminalizar as pessoas idôneas, que ainda têm a coragem de denunciar mazelas dos “poderosos” e inocentar outros com interesses escusos, mas que, de alguma maneira, servem aos interesses daqueles que estão no “poder”.
Este é o modelo de “democracia” vigente no nosso estado.E, para perpetuar este absurdo, vale tudo, principalmente desmontar as escolas públicas que ainda oferecem uma educação de qualidade, afinal, quanto mais alienado é o povo, mais fácil a sua manipulação!Como se isso não bastasse, a recomendação é PUNIR EXEMPLAR E INJUSTAMENTE OS “ATREVIDOS” PARA CALAR E INTIMIDAR SEUS PARES…

3 Marce
28 Maio, 2008 às 23:34
Aih quando a PM bate em dia de jogo, as torcidas que sao violentas e nenhum pm eh investigado

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Remoção de obstáculos legais e morais (piada infame ou triste realidade?)

Está pronto parecer favorável do TC à compra das tvs laranjas de Maurício Requião
Circulou nos gabinetes do Centro Cívico um parecer sobre a compra das tvs laranjas, com voto de aprovação e garantias de que tudo foi lícito, legal e legítimo, que teria origem no gabinete do Conselheiro Artagão de Mattos Leão.

Esse parecer estaria pronto para ir à votação na sessão de hoje. Faz parte da remoção de obstáculos legais e morais à indicação de Maurício Requião para o cargo de conselheiro na vaga de Henrique Naigeboren.
Quarta-feira, 28 de Maio de 2008 – 18:24 hs. Deixe um comentário.


Brisa Quarta-feira, 28 de Maio de 2008 – 18:49 hs
VERGONHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Blog do Zé Beto

Aprovou, vazou 29 Mai 2008 - 08:52

Vazou o parecer do conselheiro Artagão de Matos Leão, relator de uma consulta feita pela Secretaria da Educação a respeito da compra dos famosos 22 mil televisores cor de laranja que será analisada hoje pelo Tribunal de Contas. Os jornalistas Celso Nascimento, da Gazeta do Povo, e Fabio Campana, de O Estado do Paraná, publicaram a informação. Pelo que se lê, o conselheiro só faltou bater palmas pelo grande negócio e, se fosse permitido, levaria um aparelho desses ao plenário para explicar como funciona. É o seu (dele) entendimento e deve ser respeitado. Acontece que, como foi publicado aqui, baseado principalmente no parecer da Diretoria Jurídica sobre o assunto, é norma do TC não dar parecer sobre fato concreto, ou seja, sobre o que já aconteceu, sobre o leite derramado, sobre o “Inês já é morta”, deixando o caso para ser analisado na prestação de contas do Governo. Há de se supor que a notícia vazada, mesmo sendo alvo de trucidamento, coloca o entendimento do nobre conselheiro como avalista implícito de toda a negociação, pois foi o único a destrinchar a compra. Mesmo que os outros conselheiros votem pela devolução da consulta, procedimento que deve ocorrer, o carimbo de aprovado de um “especialista” já está no ar. E chamem o síndico Tim Maia!

Postado em 29 Maio 2008 às 8:52 am e está arquivando em Geral.

Um Comentário para “Aprovou, vazou”

pingo no i Diz:
29 Mai 2008 - 09:19
Está mais que na hora do Ministério Público concluir o inquérito civil que investiga o caso e dar nome aos bois.Só assim a verdade será posta à sociedade.

A luta precisa continuar

Gestão democrática e a escolha de diretores
As formas de provimento ao cargo de diretor: limites e possibilidades

Variadas são as formas e as propostas de acesso à gestão das escolas públicas historicamente utilizadas no sistema educacional brasileiro.

Entre elas destacam- se:

diretor livremente indicado pelos poderes públicos (estados e municípios);
diretor de carreira;
diretor aprovado em concurso público;
diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos; e
eleição direta para diretor.
Cada uma dessas modalidades se fundamenta em argumentos importantes, mas nenhuma parece garantir plena e isoladamente as exigências para o cumprimento das funções do diretor na gestão democrática da escola. Entendemos que a complexidade do processo de gestão implica considerar algumas exigências para a escolha do diretor: a efetiva participação das comunidades local e escolar, a proposta pedagógica para a gestão e a liderança dos postulantes ao cargo.

A discussão sobre as formas de escolha, portanto, é tarefa complexa, com posições político-ideológicas muito distintas. Por isso, no presente caderno optou-se por indicar as diversas formas de escolha de diretores, de modo que subsidiassem a opção que os sistemas de ensino e suas escolas venham a fazer. É fundamental, no entanto, que essa opção garanta processos de participação coletiva.

Ao analisar essas modalidades, a livre indicação dos diretores pelos poderes públicos se fundamenta na prerrogativa do gestor público em indicar o diretor como um cargo de confiança da administração pública. Historicamente, contudo, essa modalidade parece ter contemplado as formas mais usuais de clientelismo, na medida em que se distinguia pela política do favoritismo e da marginalização das oposições, e o papel do diretor não contava com o respaldo da comunidade escolar. Essa modalidade articulada ao conservadorismo político permitia, portanto, a transformação da escola em um espaço instrumentalizador de práticas autoritárias e mecanismo de barganhas políticas as mais diversas, evidenciando forte ingerência na gestão escolar.

Quanto ao diretor de carreira, modalidade reduzidamente utilizada, a sua configuração encontra-se estruturada a partir do estabelecimento de critérios rígidos ou não. Nesse caso, o acesso ao cargo de diretor considera aspectos como: tempo de serviço, merecimento e/ou distinção, escolarização, entre outros. A considerar a falta de planos de carreira, tal modalidade, tendo em vista o dinamismo da prática educativa, reforça, na maioria dos casos, a manutenção da ingerência e do clientelismo no cotidiano escolar, além da exclusão da comunidade escolar na definição de seu destino. No setor público apresenta- se como uma variação da modalidade de indicação política, apesar de parecer fundada no mérito das pessoas.

Alguns interlocutores têm defendido o concurso público como mecanismo para nomeação do diretor, por se creditar a esse processo a objetividade na escolha baseada em méritos intelectuais. É fundamental ressaltar que essa modalidade não tem sido adotada pela maioria dos estados e municípios. Por considerar que a gestão escolar não se reduz à dimensão técnica, mas configura- se também como ato político, entendemos que essa modalidade reduz o escopo da gestão a atividades administrativas rotineiras e burocráticas, deixando em segundo plano a compreensão mais abrangente do processo político- pedagógico. A defesa do concurso público, ao nosso ver, deve ser bandeira a ser empunhada e efetivada como forma de ingresso para a carreira docente no setor público. Assim, acreditamos que o concurso de provas, ou de provas e títulos, deve ser o ponto de partida para o ingresso do educador no sistema de ensino e, desse modo, parece não se apresentar como a forma mais apropriada para a escolha de dirigentes escolares, pois a gestão escolar não deve constituir um cargo ou função vitalícia por meio de um processo de seleção que não leva em consideração a participação efetiva da comunidade escolar e local.

A indicação a partir de listas tríplices ou sêxtuplas, ou a combinação de processos (modalidade mista), consiste na consulta à comunidade escolar, ou a setores desta, para a indicação de nomes dos possíveis dirigentes. Cabe ao Executivo ou a seu representante nomear o diretor dentre os nomes destacados e/ou submetê-los a uma segunda fase, que consiste em provas ou atividades de avaliação de sua capacidade cognitiva para a gestão da educação. Tal modalidade recebe o crivo da comunidade escolar no início do processo, perdendo o controle à medida que cabe ao Executivo deliberar sobre a indicação do diretor escolar fundamentado em critérios os mais diversos. Nesse caso, é importante identificar se o papel desenvolvido pela comunidade escolar é decisivo ou, apenas, legitima o processo amparado no discurso da participação e da democratização das relações escolares.

As eleições diretas para diretores, historicamente, têm sido uma das modalidades tidas como das mais democráticas formas, apesar de se constituírem também uma grande polêmica. A defesa dessa modalidade vincula-se à crença de que o processo implica uma retomada ou conquista da decisão sobre os destinos da escola pela própria escola. O processo de eleição apresenta-se de formas variadas, indo desde a delimitação do colégio eleitoral – que pode ser restrito a apenas uma parcela da comunidade escolar, ou à sua totalidade, compreendida como o universo de pais, estudantes, professores, técnicos e funcionários – até a definição operacional para o andamento e a transparência do processo – data, local, horário, valorização operacional dos votos de participação dos vários segmentos envolvidos. Há, também, exemplos em que a eleição é utilizada como um dos mecanismos de escolha associado a outros, tais como: provas específicas, apresentação de planos de trabalho etc. Vale destacar, nessa modalidade, a importância dada ao processo de participação e decisão na escolha dos diferentes candidatos pelas comunidades local e escolar.

Embora as eleições se apresentem como um legítimo canal na democratização da escola e das relações sociais mais amplas – e não o único –, é necessário não perdermos de vista as limitações do sistema representativo, assentado em interesses muitas vezes antagônicos. Não queremos, todavia, atribuir à eleição, por si só, a garantia da democratização da gestão, mas referendar essa modalidade como um importante instrumento, a ser associado a outros, para o exercício democrático. Isso implica que, aliado à eleição, é fundamental enfatizar conjuntamente a forma de escolha e o exercício da função. Assim, a forma de provimento no cargo pode não definir o tipo de gestão, mas, certamente, interferir no curso desta. Nesse contexto, a eleição deve ser vislumbrada como um instrumento a ser associado a outros na democratização possível das relações escolares.

Paro (2001, p. 65-67) discute e enfatiza a importância das eleições diretas para diretores e constata a expansão e a adoção desse processo eletivo como critério de escolha em grande número de municípios e estados onde vigorava a nomeação política. Realça, também, um conjunto de expectativas provocadas por esse processo, ao mesmo tempo em que destaca algumas limitações e possibilidades. Isso contribui para ampliar a visão sobre a gestão escolar, considerando não apenas a figura do diretor, mas, sobretudo, a efetivação de processos colegiados de decisão e implementação de práticas na realidade escolar.

Apresentamos a seguir, de forma resumida, algumas dessas constatações identificadas por Paro (2001, p. 65-67) em suas pesquisas sobre a prática de escolha de dirigentes pela via eletiva, sobre a crença na capacidade eletiva, eliminação do autoritarismo e risco do corporativismo.

Com relação à crença na capacidade do sistema eletivo de neutralizar as práticas clientelistas, Paro adverte “que as eleições tiveram um importante papel na diminuição ou eliminação, nos sistemas em que foram adotadas, de sistemática influência dos agentes políticos (vereadores, deputados, prefeitos, cabos eleitorais etc.) na nomeação do diretor. Mas isso não significa que o clientelismo tenha deixado de exercer suas influências na escola. Por um lado, em alguns sistemas continuaram a existir brechas para a penetração da influência do agente político na nomeação do diretor; por outro, as práticas clientelistas passaram a fazer parte também do interior da própria escola, quer no processo de eleição do diretor, quer durante o exercício de seu mandato”. Em conseqüência, o fato de “a incipiente prática política introduzida pelas eleições de diretores não ter sido capaz de eliminar por completo essas expectativas e comportamentos clientelistas não pode levar a que se impute às eleições as causas desses males que nada mais são, na verdade, do que remanescentes de uma cultura tradicionalista que só a prática democrática e o exercício autônomo da cidadania poderá superar”.

A expectativa com relação à eleição “era a de que esta conseguiria eliminar o autoritarismo existente na escola e a falta de participação de professores, estudantes, funcionários e pais nas decisões. A suposição por trás dessa expectativa era a de que a falta de participação e o autoritarismo existentes na escola se deviam, em grande parte ou exclusivamente, ao fato de o diretor, não tendo compromissos com o pessoal escolar ou com os usuários da escola, por não ter sido escolhido por estes, tender a articular-se apenas com os interesses do Estado, voltando as costas para a unidade escolar e sua comunidade. Com a eleição, esperavam que a escola se encaminhasse rapidamente para uma convivência democrática e para a maior participação de todos em sua gestão”.

Essas expectativas não se efetivaram globalmente, pois muitos diretores eleitos mantiveram “muitas das características do chefe monocrático que detém a autoridade máxima na escola”. Tal perspectiva sinaliza “que as causas do autoritarismo existente nas unidades escolares não advêm exclusivamente do provimento do diretor pela via da nomeação política”. Desse modo, reafirmar a prática democrática e o exercício da cidadania é fundamental para romper com essas práticas conservadoras nas escolas.

Um outro aspecto que deve ser apontado refere-se à crença na superação do corporativismo, presente nas formas de escolha anteriores à eleição, envolvendo os diferentes segmentos da comunidade local e escolar. Com relação a essa expectativa é fundamental destacar que, apesar de algumas mudanças, novas e velhas ações corporativas ainda se fazem presentes no cotidiano escolar. Isso implica o reconhecimento de que nas eleições, como em todo processo de participação, “o envolvimento das pessoas como sujeitos na condução das ações é apenas uma possibilidade, não uma garantia. Especialmente em sociedades com fortes marcas tradicionalistas, sem uma cultura desenvolvida de participação social, é muito difícil conseguir que os indivíduos não deleguem a outros aquilo que faz parte de sua obrigação como sujeito partícipe da ação coletiva” (PARO, 2001, p. 67).

A constatação desses fatos deve nos estimular a implementar mecanismos reais de participação e de exercício de democracia, de modo que garanta o envolvimento de todos nos processos de decisão e no partilhamento das responsabilidades e, conseqüentemente, no aperfeiçoamento do processo democrático.

Considerando o contexto em que se materializam as práticas educativas e, fundamentalmente, buscando compreender a importância de ações políticas visando o redimensionamento da gestão escolar, no sentido de democratizá-la, é essencial repensarmos os modelos de gestão vigentes, a noção de democratização que possuímos, bem como aperfeiçoarmos os mecanismos de participação existentes.

Como vimos a eleição é um importante mecanismo no processo de gestão democrática, mas não é suficiente. Nesse sentido, outros processos e mecanismos devem ser vivenciados pelas unidades educativas, entre eles, o Conselho Escolar.

Nesse cenário, a garantia de consolidação das eleições diretas para diretores deve-se articular com a garantia de outros mecanismos de participação, como o Conselho Escolar, conforme discutimos anteriormente. Pois pensar a democratização na e da escola implica definir claramente qual a função social da escola. Implica pensar:

Para que serve a escola?
Quais são as suas funções básicas?
A reflexão sobre essas questões deve ser parte da ação dos diferentes segmentos da escola no processo de escolha do dirigente escolar, na participação ativa nos Conselhos Escolares, e assim por diante.

Fonte:

Portal MEC - Sitio SEB

http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=com_content&task=view&id=793&Itemid=833

terça-feira, 27 de maio de 2008

PROPOSTA INDECENTE

Selo de garantia?
27 Maio, 2008 08:47 (Blog do Marcus Vinicius)
A coluna Toda Política desta terça-feira no JE.

Agora que Inês é morta, o secretário de Educação, Maurício Requião, decidiu fazer uma consulta ao Tribunal de Contas do Paraná sobre a legalidade da compra de 22 mil televisores laranja ao preço abusivo de R$ 18,9 milhões.
A avaliação poderia ser interpretada como um “afago” de quem acalenta o sonho de sentar entre o seleto grupo de sete conselheiros para analisar as contas do estado. Não fosse por um detalhe.
O pedido foi protocolado no dia 9 de março de 2007, ou seja, há mais de um ano, quando o secretário nem sequer acalentava a idéia de acomodar-se entre os notáveis do TC.
A justificativa para a ação de “legalidade” de todo o processo coincide com as denúncias que pipocaram na imprensa tão logo os detalhes da licitação vieram a público.
Quer o secretário agora, conforme reportagem de Abraão Benício, ontem, neste JE, que o Tribunal de Contas emita o “selo de garantia” para o edital, a licitação e a entrega dos televisores. O pedido só será analisado na quinta-feira, na sessão do Pleno do TC mas as notícias que precedem o julgamento são péssimas. Ao menos para o secretário. A Diretoria Jurídica do órgão e o Ministério Público junto ao TC emitiram parecer pela improcedência.
Tem dó. A impossibilidade de resposta é evidente uma vez que a despesa já foi realizada.
Mas ainda há outra questão em jogo. A Diretoria de Contas Externas do Tribunal já informou que abriu um procedimento para investigar as denúncias de irregularidades em torno da aquisição dos televisores.
Apesar de Maurício Requião afirmar que tudo vai bem, os sinais de irregularidade são evidentes. Tanto que, passado mais de um ano, o tema das TVs laranjas adquiridas a R$ 860 a unidade, e sem justificativa convincente, continua dando pano para a manga. É tal como se diz no linguajar popular: a cada enxadada surge uma minhoca. Minhocão!
Comentário:
Brisa
27 Maio, 2008 às 09:47
Essa atitude do MAU RI cio Requião não seria um teste para saber se ele está apto a fazer parte do time de conselheiros? Afinal, se aprovam este absurdo…

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Legalizar o mau uso do dinheiro público, será que ele vai conseguir?

Maurício Requião quer ’selo de garantia’ do TC para TVs laranjas
26 Maio, 200811:23
DEU NO JORNAL DO ESTADO

ABRAÃO BENÍCIO

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) deve recusar uma consulta do secretário de Estado da Educação, Maurício Requião, sobre a legalidade da compra dos 22 mil televisores laranjas, adquiridos pela SEED, em dezembro de 2006, a um custo inicial de R$ 18,9 milhões. A consulta, que tem como relator o conselheiro Artagão de Mattos Leão e será analisada na sessão do Pleno da próxima quinta-feira, já tem parecer da Diretoria Jurídica (Dijur) e do Ministério Público Junto ao TC (MPjTC) pela improcedência.

Através da consulta, protocolada no dia 9 de março de 2007, o secretário pretendia legitimar a negociação e assim ter argumentos para rebater as acusações da oposição, que garante que a compra foi superfaturada em mais de R$ 5 milhões. O aval do TC poderia ser utilizado pelo governo Requião (PMDB) como prova da suposta licitude da transação.

No seu pedido, Maurício Requião pede o “selo de garantia” do TC para o edital, a licitação e entrega dos televisores. No último dia 3 de abril, a Dijur se manifestou pela “impossibilidade de resposta e não conhecimento do pedido, uma vez que a despesa já foi realizada”. Quatro dias mais tarde, foi a vez do MPjTC acompanhar o parecer.
Antes disso, no último dia 2 de abril, em resposta a questionamento da Dijur, a Diretoria de Contas Externas do Tribunal (DCE) informou que já havia aberto procedimento para investigar as denúncias de irregularidades sobre a aquisição dos televisores.

sábado, 24 de maio de 2008

A sociedade precisa começar a refletir sobre este sério problema e exigir mudanças.

Sábado, 24/05/2008
Marleth Silva

Homens públicos não usam serviços públicos

Publicado em 24/05/2008 | marleth@gazetadopovo.com.br
Será que se o ministro da Educação e os secretários estaduais e municipais de Educação, ao assumir o cargo, imediatamente transferissem seus filhos para escolas públicas, a situação dessas escolas melhoraria? Será que se o presidente da República, os ministros, senadores e deputados, procurassem o Hospital de Clínicas para fazer seus check-ups anuais ou para tratar dos problemas de saúde de seus cônjuges, haveria alguma modificação na realidade desses hospitais? E se o prefeito e os secretários fossem trabalhar de ônibus diariamente, o sistema público de transporte melhoria?

Muitas dessas pessoas que citei acima devem ser sinceramente interessadas em melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população pelas suas áreas. Mas me arrisco a dizer que seriam muito mais eficientes e ainda mais empenhadas se seus familiares fossem usuários desses serviços. É um traço humano, um pouco mais forte em uns do que em outros: queremos o bem da humanidade, mas queremos com muito mais intensidade o bem de quem amamos, de nossos filhos, nossos pais, de nós mesmos. Já a empatia – outro traço humano – varia muito de pessoa para pessoa. Alguns ficam consternados ao ouvir falar das pessoas que esperam meses por uma consulta no HC mesmo sofrendo muito com um problema de saúde. Outros não piscam um olho: esses só sentiriam o sofrimento se ele fosse na sua própria pele, quando um parente próximo precisasse de um especialista e, sem dinheiro para pagar plano ou consulta particular, fosse obrigado a recorrer ao hospital público.

O político competente vai tentar fazer o melhor (no mínimo, pensando na repercussão que uma boa gestão terá na sua carreira), mas se não for usuário do serviço público, manterá sempre essa distância, essa frieza profissional em relação ao seu campo de atuação.

O que há de errado com o distanciamento e a frieza profissional dos nossos administradores públicos e legisladores? Nada, se nossos HCs não estivessem na penúria que estão; as escolas públicas desacreditadas; o transporte coletivo decepcionando os usuários cada vez que eles giram a catraca.

As deficiências do serviço público são, ao mesmo tempo, uma questão de justiça social (é moralmente errado deixar tanta gente sofrendo por falta de recursos) e de pragmatismo (o Brasil não vai melhorar sem boas escolas, bons serviços de saúde e um transporte coletivo que seja de fato uma alternativa ao transporte individual). Para mudar o estado das coisas é preciso um empenho tão sincero, mas tão sincero que até se aproxime da paixão. Conseguiríamos esse empenho apaixonado se os legisladores e gestores públicos vivessem na pele o que seus “clientes” vivem.

Eles podem dizer: seria improdutivo gastarmos nosso tempo em filas de ônibus quando temos tanta coisa importante para decidir. E o sr. e a sra. Povo, não têm?

Me pergunto se o presidente Lula teria deixado a crise aérea ir tão longe se ele só viajasse de avião de carreira e não no Boeing presidencial. Se o Judiciário e o Ministério Público não procurariam formas mais rápidas de definir o futuro das crianças institucionalizadas se fossem seus netos que estivessem passando a infância em abrigos. Se senadores, deputados e vereadores desperdiçariam um único real do dinheiro público se seus filhos precisassem esperar seis meses para fazer um raio-x em um hospital público.

Acho que as soluções iriam aparecer rapidamente.

Marleth Silva é jornalista.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Mais uma esperança vã?

Educação
Eleição pode definir diretor de escola pública

Fátima Cleide incorporou sugestão de Marconi Perillo para que medida recomende, mas não obrigue


Proposta de Ideli pode tornar eleição nas escolas uma prática em todo o Brasil

Eleger o diretor de uma escola pública pode se tornar uma prática nacional, e não limitada a apenas alguns estados, como hoje. A intenção é regulamentar a previsão constitucional da gestão democrática nas escolas, abrindo à comunidade a participação na escolha dos dirigentes dos estabelecimentos de ensino fundamental, médio e técnico das redes públicas federal, estadual e municipal. A proposta, apresentada pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC) em 2007, está na pauta da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). O Censo Escolar de 2006 aponta que o país conta com 168.436 escolas de ensino básico.

O projeto (PLS 344/07) tem o apoio da relatora, Fátima Cleide (PT-RO), que incluiu sugestões de Marconi Perillo (PSDB-GO). O novo texto fixa a eleição direta como meio preferencial de acesso aos cargos de diretor, vice-diretor, coordenador ou outro de administração escolar. Marconi argumenta que prescrever eleição direta para esses cargos não está entre as competências do Poder Legislativo federal por tratar-se de questão típica da administração dos estados.

Pronto para receber decisão terminativa na CE, o texto de Fátima Cleide acrescenta três incisos ao artigo 14 da Lei 9.394/96, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), e também explicita o fim das nomeações para os cargos. Outra determinação é a de que os eleitos pela comunidade escolar – constituída por professores, funcionários, alunos e responsáveis legais – para um mandato de, no mínimo, dois anos deverão ser capacitados em gestão educacional e terão sua administração avaliada para que possam ter direito à reeleição no cargo.

Cristovam Buarque (PT-DF), presidente da CE, afirmou que a proposta poderá ser examinada nesta terça-feira e se disse favorável à ocupação dos cargos de diretores prioritariamente por servidores especializados em gestão educacional.

– A pura eleição não me parece o melhor processo. É preciso uma especialização do candidato para o cargo de diretor de escola.

Segundo Vitor Henrique Paro, professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro Eleição de diretores: a escola pública experimenta a democracia, a reivindicação da escolha de diretores por meio de eleição, em âmbito nacional, é um fenômeno que se iniciou em vários estados no começo da década de 1980, no contexto da redemocratização política do país. A eleição de diretores, observa, possibilita o acesso ao cargo a um novo contingente de professores que, pelo critério da nomeação, dificilmente viriam a se tornar dirigentes escolares.

O professor avalia ainda que a função de direção, anteriormente enredada em múltiplas atividades destinadas a atender solicitações dos órgãos superiores pouco relacionadas com as atividades-fim da escola, de repente se sente também pressionada a dedicar-se com maior cuidado ao processo pedagógico, que foi objeto dos discursos nas campanhas para a eleição. Como conseqüência, a atenção com as atividades pedagógicas da escola ganha maior relevo nas preocupações dos diretores eleitos e nas exigências de seus liderados.



Fonte: Jornal do Senado

Edição de segunda-feira, 12 de maio de 2008

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Professor Gildásio, um baiano porreta

(Texto escrito a pedido da equipe de comunicação do Grêmio do CEP para o Jornal Folha Atitude)


Gildásio de Oliveira, ou simplesmente Gil, como era carinhosamente conhecido e chamado pela maioria, foi sempre um apaixonado: pela vida, pela poesia, pela educação.
Com seu humor refinado e sua incrível perspicácia, lia a realidade com uma sensibilidade singular. Somente quem teve o privilégio de desfrutar da sua convivência conheceu o vigor da sua risada, da sua energia, da sua ação inclusiva, a sua preocupação com a função social da escola pública, sua grande habilidade como mediador e facilitador de uma aprendizagem consistente e significativa, capaz de proporcionar uma leitura crítica de mundo.
Certo dia, perguntei-lhe por que ele trabalhava tanto: durante todo o dia na editora Positivo e à noite no Colégio Estadual do Paraná. Ele me respondeu que afastar-se da sala de aula seria o mesmo que afastar-se da essência da vida.
Não consigo pensar na essência da vida, no belo, sem pensar em flores. É assim que quero me lembrar sempre deste amigo querido: como um zeloso jardineiro que sempre ensinou seus alunos, principalmente aqueles considerados mais difíceis, a acreditar que a nossa vida pode e deve ser transformada em um jardim, onde cultivamos flores de todos os aromas e espécies, de onde precisamos arrancar, e impedir que retornem, todas as ervas daninhas, capazes de impedir a aproximação de pássaros e borboletas.
Infelizmente, o nosso amigo se foi muito precocemente. Parodiando Caetano Veloso, na música Irene, imagino São Pedro, ao se preparar para abrir a porta do céu, dizer para o Anjo, seu assistente: “Quero ver Gildásio dar sua risada!”
Professora Malu

Você ainda tem alguma dúvida?

Blog do Fábio Campana

Requião tenta duas vagas para garantir irmão no Tribunal de Contas
Quarta-feira, 14 de Maio de 2008 – 19:36 hs
Para não dar chabu, Requião trabalha agora com a possibilidade de duas vagas no tribunal, uma para o mano caçula, Maurício, é óbvio. A outra para a Assem-bléia indicar Durval Amaral.

Uma das vagas será deixada por Henrique Neigebrorer, que completa 70 anos. A outra seria a de Heins Herwig, que se aposentaria antecipadamente para servir ao governador.

O importante, neste caso, é a aflição do governador para arrumar um encosto confortável para o irmão secretário de Educação, o mesmo que fez o negócio das TVs laranjas.

Assim funciona a "democracia" no nosso estado

Blog do Fábio Campana

Assembléia cativa
Quinta-feira, 15 de Maio de 2008 – 6:37 hs
Ora, pois, Requião não tem com o que se preocupar. Aprova o que quiser na Assembléia Legislativa e morre de rir da oposição que esperneia, mas não tem força nem mesmo para convocar uma CPI.

Depois de muita discussão sobre o projeto do reajuste do funcionalismo público, a bancada governista derrubou as sete emendas propostas pelos deputados da Oposição em sessão extraordinária encerrada às 23h30 da terça-feira.

A Oposição queria aumentar o índice da correção salarial do servidor para 15%, em média, e definir a data de 1º de maio, retroativa, a ser pago a todos os servidores. Ou seja, o mesmo percentual que foi concedido pelo governo ao salário mínimo regional que é pago pela iniciativa privada. Perdeu. O governo paga 5% e olhe lá.

Outra. Os deputados palacianos derrubaram todas as emendas ao projeto do Executivo que cria 182 novos cargos para a saúde.

A emenda do deputado Reni Pereira, do PSB, que determinaria prazo de um ano para que o Governo realizasse concurso público para os cargos de diretores dos novos hospitais regionais foi rejeitada por 27 votos a 14.

A outra emenda proposta pela Comissão de Saúde e que reservava três cargos comissionados tipo DAS-1 para a direção dos Hospitais Universitários do Paraná foi rejeitada por 26 votos a 13.

Os deputados da Oposição pretendiam impedir o governador Requião de ter carta branca para indicar os 182 cargos. “Esses hospitais serão usados para a transformação de um feudo político”, disse o líder da Oposição, deputado Valdir Rossoni.

Agora só falta aprovar a nomeação do irmão caçula Maurício para conselheiro do Tribunal de Contas. Sem pessimismo, alguém duvida que ele consiga? A maioria governista não está nem aí para a opinião pública, aprova o que o Duce quiser.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Sabe a TV laranja? Esquece...

13 Maio, 2008 15:41
DEU NO JORNAL DO ESTADO ( e no blog do Marcus Vinicius)

ABRAÃO BENÍCIO

Os 22 mil televisores laranjas, adquiridos pelo governo Roberto Requião (PMDB) a um custo inicial de R$ 18,9 milhões, não poderão ser utilizados nas escolas estaduais até que sejam equipados com um software (programa de computador) para preparação e apresentação das vídeo aulas. No último dia 8, a diretoria técnica da Secretaria de Estado da Educação (SEED) encaminhou ofício para a diretoria geral da Pasta, pedindo que a Companhia de Informática do Paraná (Celepar) fosse consultada sobre a viabilidade técnica do desenvolvimento do software.
A informação coloca em xeque a garantia dada pelo secretário de Educação, Maurício Requião, de que os televisores já viriam equipados com o programa e que não haveriam novos custos adicionais.

Apesar de ser uma empresa de economia mista (parceria entre o poder público e a iniciativa privada), a Celepar recebe por todos os serviços prestados aos órgãos da administração direta ou indireta do Estado.

No final de fevereiro, a SEED chegou a pedir autorização ao governo para que uma empresa fosse contratada para realizar o serviço. No mesmo dia (29 de fevereiro), em que o líder da bancada de oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), fez a denúncia na Assembléia, o pedido da Secretaria foi negado.

De acordo com os oposicionistas, o desenvolvimento do software terá um custo superior a R$ 500 mil aos cofres públicos do Paraná. Na época, os deputados da base de apoio à Requião negaram as acusações. “Não há nenhum processo em andamento de aquisição ou de mudança do software do gerenciamento das televisões”, afirmou o deputado Cleiton Kielse (PMDB).

A oposição garante que, além de ter superfaturado o preço dos televisores (R$ 18,9 milhões), o governo Requião, já teria gasto outro R$ 1,5 milhão no aluguel de um depósito para estocar os televisores e mais R$ 146 mil com o frete. Em pregão eletrônico, realizado no último dia 14 de dezembro, foram adquiridos racks para colocação do equipamento nas salas de aula, resultando em nova despesa de R$ 2.355.349,08.

Por que devemos continuar lutando pelas diretas no CEP

O PÚBLICO E O PRIVADO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA
Ivan de Oliveira
Doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará e Técnico em Assuntos Educacionais da Universidade Federal do Ceará

MECANISMOS DE ESCOLHA DE DIRETORES
Provimento por indicação.
Tradicionalmente, no Brasil, o procedimento de livre nomeação pela autoridade
executiva – governador ou prefeito – foi o que prevaleceu ao longo de décadas. Essas
nomeações, algumas vezes, estão ligadas a critérios de habilitação específica para o
exercício da função, especialmente por força de exigências normativas dos sistemas de
ensino. No entanto, obedecem principalmente a critérios políticos, cabendo ao deputado, vereador, prefeito ou, até mesmo ao chefe do diretório partidário, a indicação daqueles que devem ser nomeados. Muitas vezes, a escolha acaba recaindo sobre indivíduos sem nenhuma vinculação com a escola ou a comunidade. Celina Ferreira Calaça (1993, apud Paro, 1996), num estudo sobre a rede municipal de ensino de Goiana, GO, relata os procedimentos empregados na indicação do diretor pela autoridade, registrando detalhes sobre as influências exercidas pelos chefes políticos sobre a Secretaria Municipal de Educação, em especial os vereadores, dos quais foi possível encontrar mais de quatrocentos pedidos assinados no arquivo pessoal da secretária.
Desta forma, no processo de indicação, além ou a despeito dos requisitos de ordem
técnico-profissional, impera uma condição mais importante, a da habilitação política para o exercício da função, sendo o mandachuva local o responsável por determinar quem está, ou não, habilitado politicamente para ocupar a direção de uma unidade escolar.
Esse procedimento está ligado às raízes patrimonialistas da formação do Estado
brasileiro, que permitiram sustentar relações de troca de favores na ocupação do emprego público como lógica de seu funcionamento.
“O cargo público, a velha realidade do estamento, será o único foco do poder, poder que dá prestígio, enobrece e legitima a riqueza. Para conquistá-lo e para conservá-lo desencadeiam-se energias, ferozes ou manhosas, de acordo com as circunstâncias e com a oportunidade (FAORO, 1997:310).

Na indistinção entre o público e o privado está a origem de uma socialização
familiar, doméstica e afetiva que impede que se criem as condições para uma real gestão da coisa pública (Holanda, 1971). Sérgio Buarque de Holanda chega a afirmar que sem a transgressão desta “ordem familiar” não se pode, sequer falar de Estado ou de cidadão:
O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamento, de certas vontades particulares, de quem a família é o melhor exemplo (...) só pela transgressão da ordem doméstica e familiar, é que nasce o Estado e que o simples indivíduo se faz cidadão, contribuinte, eleitor, elegível, recrutável e responsável ante as leis da Cidade (HOLANDA, 1971:101).

Assim, a interferência política acaba por se constituir importante elemento na
composição dos fatores que determinam a escolha de quem deve ocupar o cargo público de diretor da escolar, considerando-se, em especial, situações de compadrio e influência política do candidato. Esse procedimento caracteriza o fenômeno do clientelismo , por meio do qual políticos profissionais oferecem ajuda pública ao seu alcance como cargos, empregos e recursos públicos, chancelas estatais e todo o tipo de privilégios quem seu status lhe permite obter, em troca de apoio e fidelidade pessoal.O clientelismo como acesso ao emprego ou cargo público e sua relação com o
contexto de democratização do país foi analisado por Martine Droulers, que chama a
atenção para o fato desse fenômeno estar incrustado nas instituições, infiltrado nas malhas da burocracia estatal com bastante eficácia, caracterizando-se como uma relação de troca.
Até uma sociedade como a brasileira que sempre distribuiu empregos públicos para que uma elite pudesse assentar o seu poder político, a relação de clientelismo exprime mais do que uma simples relação de dependência e de domínio, ela é antes de tudo uma relação de troca que regula as relações sociais. O patrão fornece um emprego, e o cliente lhe trará a sua ajuda no momento das eleições ficando ainda à sua disposição. Não se trata, pois, de uma relação de exploração, nem mesmo de troca desigual, porque tanto o patrão quanto o cliente encontram, nessa relação, alguma vantagem e, assim, ela acaba sendo considerada legítima (DROULERS, 1989:127).

Caracterizada a relação de troca de favores que o clientelismo abarca, é fácil
entender a sanha com que os políticos caem sobre a escola pública como braço estendido do Estado nas comunidades onde desejam implantar ou consolidar suas influências. Ter um diretor escolar como aliado e dependente político é ter a possibilidade de deter o controle de uma instituição que atende diretamente parte significativa da população por meio de um contato direto e sistemático.
O diretor pode convocar a população a estar presente na escola pelos mais diferentes motivos, pode atender, solicitar, cobrar, pressionar, algumas vezes impor. Por isso, não é difícil supor que, tendo em vista a importância da manutenção de relações clientelistas para os políticos descomprometidos com os interesses da maioria da população, tudo façam para mantê-las, impedindo que regras democráticas para escolha do diretor escolar sejam instituídas.
Para melhor compreendermos essa situação vamos citar um exemplo de Vitor Paro
apoiando-se em estudos realizados por pesquisadores que investigaram o clientelismo nos sistemas de ensino de Goiás e no município de Volta Redonda/RJ. No primeiro caso, é descrita a pressão exercida por prefeitos do estado para impedir a aprovação de lei regulamentadora das eleições de diretores pela Assembléia Legislativa do Estado de Goiás, bem como a mudança de posição de políticos que defendiam eleições durante a campanha e exigiram indicar diretores quando chegaram ao poder. No caso do município de Vitória/RJ, o autor se reporta ao fato inusitado de que, com receio da perda dos privilégios dos vereadores na indicação dos diretores, a câmara Municipal, além de rejeitar um projeto de lei que instituía eleições, aprovou outro em seu lugar, proibindo qualquer tipo de eleição para a escolha dos diretores e das funções técnico-pedagógicas em escolas municipais.
O provimento do cargo de diretor escolar por meio de indicação exige pouca ou
nenhuma regulamentação. A legislação relativa à indicação de diretores, de modo geral, é promulgada tendo em vista a superação daquele mecanismo. Por isso os critérios que norteiam a escolha dos indicados são, quase sempre nebulosos, prevalecendo a pressão ou a força de lideranças políticas, para as quais importa, apenas, a correspondente fidelidade dos que são contemplados com a indicação.
¹ A expressão clientelismo, de uso corrente na Sociologia e na Ciência Política está ligada ao fenômeno da clientela romana que deu origem ao termo e é seu exemplo mais conhecido. O termo definia a relação de dependência econômica e política entre um indivíduo de posição mais elevada e seus clientes, ou protegidos. Enquanto o patrono tinha o compromisso de defender seus protegidos em juízo, destinar-lhes terra, os clientes retribuíam com submissão, deferência, auxílio, testemunho a seu favor.

Para este absurdo não falta empenho!!!

Parana-Online

Ilegal, imoral e engorda

ET CETERA [13/05/2008]

Roberto Requião não admite publicamente, mas está no comando das articulações junto aos deputados aliados na Assembléia Legislativa para tentar fazer do irmão caçula, o secretário de Educação Maurício Requião, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O esforço é incomensurável, visto que se trata de uma questão de honra para o governador. O seu intuito é sabido: garantir ao parente predileto um emprego público vitalício e muito bem remunerado, mesmo que isso viole a lei e ofenda a ética. Mas o Roberto não parece preocupado com isso. Ao contrário. Quem pratica o nepotismo como regra, e engorda a conta bancária da família, o exercício de impor à força o nome do mano é apenas mais um de seus autoritarismos. Aos parlamentares caberá resistir, ou serão todos responsáveis por uma indicação imoral e vergonhosa.


Prazos
A vaga que será aberta no TCE é a de Henrique Naigeboren. O conselheiro, que completa 70 anos de idade, deve deixar a Corte no dia 14 de junho. A pressa requianista em pavimentar o terreno para o irmão tem razão de ser, visto que o Senado Federal já aprovou uma emenda à Constituição Federal que aumenta para 75 anos a idade para aposentadoria compulsória para os membros do Judiciário, e por conseguinte, dos conselheiros dos tribunais de contas. Falta Câmara Federal apreciar a matéria. Os Mello e Silva têm urticária só de ouvir falar no assunto.


Como pode?
Independentemente da questão legal que tramita no Congresso, o que surpreende a opinião pública é como pode o legislativo paranaense cogitar a indicação de Maurício para o Tribunal. É um absurdo. Com que independência ele julgaria as contas do próprio irmão? Mais: como um homem que está sob investigação do Ministério Público por causa da suspeita da compra dos 22 mil televisores alaranjados pode almejar um cargo que exige um comportamento acima de qualquer suspeita?


Na Carta
A Constituição do Estado em seu artigo 77, parágrafo 1.º, trata como requisito para a função ter idoneidade moral e reputação ilibada. Por "ilibada", o bom português entende uma conduta "reta", "pura", "sem manchas". Já "idoneidade moral", segundo o dicionário Michaelis, é o "conjunto de qualidades que distinguem o indivíduo, pela boa prática dos deveres e costumes, dignificando-o no conceito público". Não dá.

Vida real
E enquanto os governistas trabalham pela indicação de Maurício para o conselho do TCE, sua gestão na pasta da Educação patina. O maior colégio estadual dos Campos Gerais, o Instituto de Educação de Ponta Grossa, foi interditado na semana passada a pedido da Promotoria da Infância e Juventude por causa da falta de condições do prédio. Incompetente em resolver a questão, o governo decidiu que parte dos estudantes vai para 14 salas cedidas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), mas outros 1,8 mil alunos ainda não têm para onde ir. E ele quer ser conselheiro...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Quem ainda se pergunta qual foi o "crime" cometido pelos professores do CEP processados descubra contra o que eles lutam

Educação sob a égide da demagogia pública
Padrão, Análises e comentários, Educação, Cultura — 26/04/2008
- De quem é a culpa quando uma criança não é alfabetizada?
- A responsabilidade é de todo o sistema, não apenas do professor. Ana Teberosky

Sob a égide da demagogia pública, mais uma vez assistiremos à história cíclica do ensino público de qualidade para todos (sic). Vide artigos sobre o Enem e sobre a Fundação Santo André em nosso blog.

Esse discurso que remonta à época de meus estudos é bandeira das sucessivas eleições que temos desde o período de abertura política pós 64 (revolução de 64). Alguns educadores e/ou pró-educação dizem da democrácia da escola que hoje garante ( garante? ) o acesso de todos à escola pública. Porém, para outros, nos quais me incluo, o que temos assistido é uma democratização de lugares nos bancos escolares, o que também para aqueles já é bom.

Temo que estejam confundindo direito à educação com direito à permanência em um clube recreativo com o nome de “escola”.

Sim, porque quando você vê as estatísticas recentes do último Enem, você claramente visualiza o que passa pelo ensino regular público, onde governantes priorizam o discurso teórico vazio contra o discurso prático e oportuno dos educadores em sala de aula.

E pró-teóricos continuam teorizando. E educadores continuam educando, apesar dos pró-teóricos. Será que esta insanidade do cansaço teórico é mesmo insano? Não. Ele tem um porquê dentre muitos outros porquês. O meu porquê deste cansaço teórico vem do reconhecimento da apropriação ilícita pelos dirigentes educacionais dos maiores nomes contemporâneos da filosofia da Educação sem realmente aplicarem ou mesmo conhecerem suas teorias e práticas. Apenas usando-os como bandeira retórica.

Os velhos dirigentes da educação, ainda hoje no comando dessa tão “democrática” instituição, citam com a maior naturalidade a teoria Sociointeracionista de Vygotsky (17 de Novembro de 1896, Orsha — 11 de Junho de 1934, Moscou: psicólogo bielo-russo, descoberto nos meios acadêmicos ocidentais depois da sua morte, causada por tuberculose, aos 37 anos. Pensador importante, foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida) ou mesmo Henri Paul Hyacinthe Wallon (França, 15 de junho de 1879 - 1 de dezembro de 1962: filósofo, médico e político francês e marxista convicto assim com foi Vygotsky) e, inegavelmente, nosso grande mestre Prof. Paulo Freire (Paulo Reglus Neves Freire, Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997 - educador brasileiro que se destacou por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica), sem se darem ao cuidado de ver de onde, como e para que surgiram tais teorias e práticas desses teóricos marxistas.

Assim, deparamos com tecnocratas ou professores-tecnocratas que ocupam cadeiras de direção de Faculdades, de Universidades, de Secretarias da Educação de diferentes municípios, de escolas de primeiro e segundo graus, de escolas… a bem de seus partidos políticos, a bem da desvalorização e do descrédito dos verdadeiros educadores que estão em sala de aula.

Não temos milhares de professores em sala de aula porque estes não mereçam outro lugar, mas sim porque continuarão em sala de aula e dos quais muitos alguns milhares merecem um maior investimento em suas carreiras profissionais, bem como o educando da escola pública e de várias instituições particulares que também merecem maior respeito e investimento em seus estudos.

Há décadas, professores e alunos têm como bandeira de vida uma escola pública de qualidade e laica, porém na demagogia do poder, arbitrariamente, dirigentes da educação continuam se apossando dos grandes teóricos marxistas da educação em seus discursos e a praticarem a política do pão e circo na realidade.
Profª Geanete - 57

http://www.ceab.pro.br/blog

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Que mensagens os últimos acontecimentos passam para os nossos jovens e crianças?

O dia amanheceu frio e por mais que tentasse me aquecer não conseguia. Percebi então que o frio maior estava na minha alma. Comecei a me lembrar dos últimos acontecimentos no Colégio Estadual do Paraná, da mobilização ocorrida em novembro/2007, dos motivos que nos fizeram iniciar aquela luta em defesa de uma educação pública de qualidade e das conseqüências do nosso "atrevimento": processos, afastamento de professores competentes e comprometidos com o projeto político pedagógico emancipador, tentativa de criminalizar a nossa atitude, deturpação dos motivos que nos levaram a elevar a nossa voz contra os desmandos ali introduzidos em nome de uma educação "progressista". Ao analisar os desdobramentos a partir dali, os momentos de tristeza e decepção pelos quais temos passado, as notícias sobre a "política" no nosso país e principalmente no nosso estado,a possibilidade de um acordo branco para reaproximar o Requião e o Beto Richa, o noticiário sobre o caso Isabella, a absolvição do mandante da morte da missionária Dorothy Stang, o foro privilegiado dos parlamentares envolvidos em todos os tipos de corrupção, lembro-me de uma pergunta de um aluno do CEP, quando soube que eu estava sendo processada como a líder do movimento: "Professora Malu, na nossa sociedade, vale a pena ser honesto?"
Respondi a ele, com veemência, que sim, mas, ao observar o que a impunidade de alguns e a omissão ou o medo de outros têm gerado, devo confessar que tenho medo de fracassarmos em relação àqueles que confiam em nós e ainda acreditam e torcem para que possamos reverter este "jogo" perverso. Apesar do frio na alma, ainda tenho esperança. Perdê-la seria admitir que se tornaram obsoletos e equivocados os valores que tenho defendido durante toda a minha vida, seria admitir que a vida em plenitude não tem sentido!

Atitudes que envergonham o legítimo movimento estudantil

Blog do Fábio Campana


UPES promete sacudir Curitiba no dia 15
Rafael Clabonde, presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), convocou megamanifestação pelo passe escolar livre, em Curitiba, para o próximo dia 15 de maio.

Ele promete sacudir a cidade.

Terça-feira, 6 de Maio de 2008 – 17:43 hs. Deixe um comentário.

Donde vem Terça-feira, 6 de Maio de 2008 – 17:50 hs
A carteirinha da UPES é uma fantasia colorida do governo Requião.
Só tem propaganda e a assinatura deste figura que é funcionário comissionado.

FRANCISCA SOUZA Terça-feira, 6 de Maio de 2008 – 18:37 hs
OS DONOS…na verdade não é a UPES, e sim
a FAMÍLIA MALDITA, que idolatra uma des-
truição e uma baderna, inclusive emprega esse
menino.

Professor Terça-feira, 6 de Maio de 2008 – 18:48 hs
E esse menino é um vendido, totalmente cooptado pelo Rei e seu poder.

mauricio Terça-feira, 6 de Maio de 2008 – 19:33 hs
Algue´m poderia me informar onde estuda este menino?

ORLANDO P Terça-feira, 6 de Maio de 2008 – 21:16 hs
Pô já não chega o vale gás, vale mata fome,vale voto, vale educação e os cambaus,porra meu salário já não agüenta mais pagar tantos vales, deste jeito vou ter que começar a por gasolina comum no importado ,e, este “menino” como estão dizendo tem cargo em comissão???? Então petezada da UPES ele é um ,como vocês gostam e adoram chamar, ele ééééééé um Mauricinho pelêgo querendo ganhar futuros votos para alguém ou para ele alguém…Lembrem-se ele ganha pra bagunçar e vocês vão ganhar somente porrada ou vocês pensam que a Guarda Municipal vai deixar barato,tem choque novo na parada,sabem aquelas pistolazinhas que chocam a rapaziada que gosta do confronto????Pois é ,pensem bem antes de levar porrada, e,ele vai ter a PM pra garantí-lo, se é como dizem, ele é Comissionado do Bob…..

Professor Terça-feira, 6 de Maio de 2008 – 23:16 hs
Respondendo ao “mauricio”. Este Rafael Clabonde, “estudava” (2007) no Colégio Eleitoral do Paraná, quer dizer, no colégio Estadual do Paraná.
Para quem não lembra, onde a interventora de Requião faz seu “trabalho”.

PM linha de Frente Quarta-feira, 7 de Maio de 2008 – 8:56 hs
Como dizia minha mãe, não confunda liberdade com libertinagem, manifesto sim, baderna não, estaremos lá para organizar, agora se virar baderna, o pau vai comer p/ o lado dos “comissionados”, digo, “estudantes”….

Abadia Quarta-feira, 7 de Maio de 2008 – 9:01 hs
ele é mesmo muito corajoso: um bravo! Vai sacudir a cidade, contanto que não chova. Ou haja geada. Ou o sol esteja forte demais. Ou haja vento. Ou tenha feito pipi na cama.

A lei no Brasil existe somente para defender os poderosos?

Jornal Bom dia, Brasil 07/05/2008

Quem é o dono da terra?

Miriam Leitão: Esses dois episódios, o da reserva em Roraima e do julgamento da missionária Dorothy Stang, têm muito em comum. Nos dois casos, é o mesmo drama brasileiro: a ocupação ilegal da terra.


Nos dois casos, é o mesmo drama brasileiro: a ocupação ilegal da terra. Esse é o grande problema de toda a Amazônia: ninguém sabe quem é, de fato, o dono da terra. Fazendeiros com documentos fabricados, esquentados, de gaveta, desmatam ilegalmente, se armam e contratam capangas.

Foi contra eles que a irmã Dorothy Stang lutou. É pouco provável que dois assassinos sem nada pessoalmente contra a irmã tenham agido sozinhos. Todos os detalhes mostram que foi um crime encomendado. Todos sabem a quem ela ameaçava: os grileiros de terra pública, os destruidores da floresta. Se a Justiça permitir que tudo acabe assim, será uma forma de fortalecer a ilegalidade e a bandidagem na Amazônia.

No caso da Raposa Serra do Sol, o que as imagens revelaram é que o fazendeiro Paulo César Quartiero tinha funcionários armados e com capuz. Isso é ilegal. Quem tem o monopólio da força é a União. Ninguém pode formar milícias, armar capangas em nome do que quer que seja.

Os índios não poderiam ter entrado nas terras onde funciona a fazenda, porque a questão está sendo decidida pela Justiça. E os índios, como todos os brasileiros, devem obediência às leis e às instituições do Brasil.

É bom lembrar, no entanto, que aquelas terras pertencem à União e que até onde se sabe nunca foram vendidas nem para Quartiero nem para nenhum outro que se intitule proprietário. De novo, a mesma chaga: o Estado nunca foi capaz até hoje de impor a lei nessa vasta região que abriga a mais preciosa floresta tropical do planeta.

Deprimente também constatar a "lipoaspiração" de valores como a moral e a ética neste momento da nossa história

Herbert Vianna
'Cirurgia de lipoaspiração?'
Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém,
nem falar do que não sei, nem procurar culpados,
nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo
que toda essa busca insana pela estética ideal
é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obsessão.
O mundo pirou, enlouqueceu.
Hoje, Deus é a auto imagem.
Religião, é dieta. Fé, só na estética.
Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta,
pudor é ridículo, sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer, não.
Estria é caso de polícia.
Celulite é falta de educação.
Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz,
não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.
Imagem, estética, medidas, beleza.
Nada mais importa.Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria,
o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
Não importa o outro, o coletivo.
Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política.
Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.
Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas,
quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal mas...
Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas,
de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural.
Não é, não pode ser. Que as pessoas discutam o assunto.
Que alguém acorde. Que o mundo mude.
Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.
'Cuide bem do seu amor, seja ele quem for'.

Herbert Vianna (Cantor e Compositor)

sábado, 3 de maio de 2008

Movimento dos estudantes do CEP em novembro de 2007 faz relembrar maio de 1968

30/04/2008 - 16h25
"Crise da sociedade mundial se agravou desde 1968", diz professor
FERNANDA BARBOSA
Colaboração para a Folha Online
Os movimentos estudantis de Maio de 68 foram reprimidos em todos os países nos quais ocorreram. Na França, o presidente Charles de Gaulle foi enfraquecido, mas voltou ao poder e conseguiu fazer um sucessor. No Brasil, a ditadura militar também sufocou as manifestações por liberdade. Na Tchecoslováquia (atual República Tcheca), o socialismo "humano" de Alexander Dubcek foi esmagado pelos tanques da ex-União Soviética (URSS).
Para Henrique Carneiro, professor da Faculdade de História da Universidade de São Paulo (USP), os manifestantes de 1968 não chegaram ao poder, mas obtiveram conquistas que moldaram o modo de vida atual. "As grandes conquistas ideológicas, e até simbólicas, instauraram uma política cultural alternativa. O movimento incorporou aspectos que continuam presentes hoje, como o feminismo, a revolução sexual, e a crítica às instituições".
8.abr.2008 - Charles Platiau/Reuters


Estudantes secundários da França relembram Maio de 68 em protesto contra reformas educacionais do governo Sarkozy
Na entrevista, o estudioso ressalta a unidade em vários aspectos dos protestos no mundo "As notícias do movimento estudantil eram divulgadas e todos queriam entrar na mesma onda. (...) O ano de 1968 foi um fenômeno de massa em vários países, cada um com sua razão particular, mas com uma referência comum: a idéia de fazer parte de um movimento internacional", explica ele.
Segundo Carneiro, apesar da "derrota imediata", o movimento conquistou espaços na sociedade e contribuiu para os direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e dos índios, além de despertar a preocupação com o meio-ambiente. De acordo com o professor, as referências dos movimentos estudantis de 1968 são as mesmas dos movimentos de hoje em dia, pois a crise da sociedade mundial não foi controlada, pelo contrário, "se agravou".
"A guerra está pior, o meio-ambiente está pior, a situação de desigualdade, de repressão e de racismo estão piores", disse o professor em entrevista por telefone à Folha Online.
Veja a íntegra da entrevista com Henrique Carneiro.
Folha Online - Em relação aos movimentos atuais de ocupação de reitoria, como na UNB, na USP e nas universidades da França, qual a inspiração dos jovens em 68?
Carneiro- Isso é 68 puro. Nos EUA, ocorreu a onda da ocupação das reitorias. Columbia, em Nova Iorque, foi uma referência fundamental. Ficou ocupada por um fim de semana, e os estudantes faziam uma verdadeira vida comunitária, com eventos culturais. Todos os intelectuais iam para lá, o movimento negro participava, fazia conexão com os movimentos sociais. Então, em 68, se tornou um modelo da luta a ocupação de prédios e de instalações administrativas. Foi uma espécie de tática de luta que agora se retoma.
Folha Online - Mas o movimento se retoma com o mesmo fundo ideológico?
Carneiro- Dizer que é a mesmo coisa é exagero, mas posso dizer que está na mesma perspectiva histórica. É um movimento que continua a ter referências semelhantes, atualizações em todos sentidos, há um paralelo muito grande. Mas as invasões não são uma simples repetição que ocorrem 40 anos depois. Na França, isso tem ocorrido de forma quase episódica: em 1995, há dois anos e agora, com a nova onda de manifestações, que o ministro da Educação [Xavier Darcos] afirmou não passar de um ritual de rebeldia. Mas é muito mais do que isso. É o fato de que a crise da sociedade mundial de 1968 se agravou. Hoje em dia o mundo está pior. A guerra está pior, a situação do meio ambiente está pior, a situação de desigualdade, de repressão, de racismo. Tudo isso está pior.
Folha Online - As conquistas sociais não foram feitas com as manifestações de 68?
Carneiro- Eu acredito em uma conquista mais ideológica do próprio movimento social, que incorporou aspectos que continuam presentes, como o feminismo, a revolução sexual e a crítica às instituições oficiais.
Folha Online - Quais foram os efeitos, no Brasil e na América Latina, das revoluções na França e no resto da Europa em Maio de 68?
Carneiro- Na verdade, o movimento na América Latina teve uma dinâmica própria e, no caso brasileiro, anterior à da França. Aqui, em 28 de março, ocorreu o assassinato do estudante Edson Luiz [de Lima Souto, morto pela polícia do Rio de Janeiro durante repressão a uma manifestação contra o aumento dos preços do restaurante Calabouço, do Instituto Cooperativo de Ensino] e se deu um processo que na França só veio a eclodir no fim de abril e sobretudo em maio. Mas não foi só o Brasil. A Itália, a Alemanha e a Polônia também antecederam a França.
Folha Online - As causas dos movimentos foram as mesmas em todos os países?
Carneiro- Foram, porque havia uma unidade em vários aspectos, sobretudo no aspecto simbólico. As notícias do movimento estudantil eram divulgadas e todos queriam "entrar na mesma onda". De certa forma, essa foi a primeira geração globalizada pela televisão com transmissão simultânea por satélite. Havia um acompanhamento quase que diário dos acontecimentos, e houve uma contaminação do mesmo clima internacional. O ano de 1968 foi um fenômeno de massa em vários países, cada um com sua razão particular, mas com uma referência comum: a idéia de fazer parte de um movimento internacional.
Folha Online - E essa referência comum seria a reação contra a Guerra Fria e os governos autoritários?
Carneiro- Esse é o motivo de fundo central. Era uma oposição à Guerra do Vietnã (1959-1975), que foi decisiva nos EUA, mas também na Alemanha, já que o levante no país europeu tinha muito de solidariedade internacional. Mas também [foi um movimento] de recusa à ex-União Soviética (URSS), de recusa à polaridade em dois blocos, ambos considerados pelos manifestantes como ditatoriais e imperialistas em certa medida. Ainda mais com o processo que estava ocorrendo na Polônia e na Tchecoslováquia (atual República Tcheca), que foi reprimido pelos soviéticos, principalmente no caso tcheco.
Folha Online - O movimento de 1968 pelo mundo foi sufocado pelos governos da época. O que restou dele que dura até hoje em dia?
Carneiro- Olha, em primeiro lugar, eu concordo que houve uma derrota imediata dos movimentos, que foram violentamente reprimidos, com centenas de mortos. No caso da França foram poucos mortos, mas houve um ordenamento do governo. Nos Estados Unidos, houve uma repressão brutal, muitos mortos, e o Nixon conseguiu se eleger. No entanto, o movimento teve uma espécie de vitória em longo prazo. Houve conquistas imediatas, sobretudo na França, que serviram até mesmo para neutralizar as manifestações, por meio do aumento salarial e de várias concessões na administração universitária. Mas as grandes conquistas talvez sejam no âmbito ideológico, e até simbólico, que instaurou uma política cultural alternativa. As reivindicações feministas, dos direitos dos homossexuais, das minorias étnicas raciais, como os negros nos EUA, ou os indígenas e etc., todas essas questões se tornaram centrais, inclusive a ecológica. Ocorreu uma espécie de despertar de uma geração que passou a colocar novos assuntos na agência política. Também houve o movimento psicodélico, questionando a proibição das drogas e a existência de outras legais, como o tabaco e o álcool. Acho que isso resultou em uma reivindicação de democracia cultural.
Folha Online - Qual a herança que 68 deixou para os estudantes de hoje?
Carneiro- Há uma primeira grande herança, que foi a retomada no grande encontro contra a globalização que começou em Seattle em 1999, a primeira mobilização contra as reuniões do G7 [grupo dos sete países mais ricos do mundo] --formado por EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá-- e dos organismos financeiros internacionais. Esse movimento contemporâneo, que ainda está em andamento, se manifestou contra a Guerra do Iraque, e tem de 68 duas grandes heranças. Uma é a autonomia ideológica em relação tanto ao modelo da produção stalinista do modelo soviético, ou cubano, a busca de uma esquerda que não seja totalitária, mas que também não seja uma esquerda oficial institucionalizada, que se tornou a esquerda governante da Europa: a social democracia. A outra herança é a questão cultural. A busca de um questionamento de valores ligados à ordem moral do sistema vigente, à ordem que justifica guerras e uma série de formas de opressão ligadas ao machismo e à perseguição. A revolução sexual é outra questão importante da década de 60, com a retomada da erotização da vida. A idéia que o sexo é uma das coisas importantes de serem realizadas, e não deve ficar restrito a formas institucionais ou matrimoniais. Isso também está ligado à criação da pílula anticoncepcional, que começou na década de 60.
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