sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Constatação do que TODOS já sabiam, mas ALGUNS fingiam ignorar

Blog do Fábio Campana 21/11/2008

Plebiscito do Colégio Estadual: 88,3% querem eleições diretas


Ora, pois, deu-se o que todos esperavam. No plebiscito do Colégio Estadual, 88,3% demonstraram que desejam eleições diretas para os cargos de direção. Apenas 11,67% optaram pelo não. É a reação inequívoca de toda a comunidade que envolve professores, pedagogos, funcionários, pais e alunos à direção de Madselva Feiges.

É bom notar que houve urnas separadas para cada uma dos segmentos envolvidos. Em todas a preferência foi por eleição direta.

Professor do CEP
Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008 – 9:23 hs
Se a soberania do povo reside no sufrágio universal, vamos ver, agora, a coerência dos políticos paranaenses que têm o poder de fazer valer a opinião da Comunidade do Colégio Estadual do Paraná a respeito daquilo que é o seu próprio interesse. Afinal, a nossa democracia é ou não é representativa? Nossos deputados representam ou não a vontade do povo que os elegeu para o mandato que exercem? Vamos ver…

Thianny Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008 – 10:50 hs
PARABÈNS a Comunidade escolar do CEP, que o legislativo tenha o minimo de coerência e coloque em votação o Projeto de Lei . Parabéns ao Campana pelo espaço democrático e apoio oferecido a comunidade do CEP. E espero que a Sra Madeselva entenda que esta expressividade é principalmente contra a sua gestão e a desorganização que a senhora criou na escola. Porque há muito tempo o diretor do CEP é indicado, mas nunca se viu tanto descontentamento como desde que a senhora foi para lá.

Professor do CEP Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008 – 12:12 hs

Por que não foi 100%?

O discurso da Madselva, de regime especil, de perda de verbas, etc… ainda tem alguma repercussão. O que assusta alguns é a possibilidade de não haver mais verba para manutenção da piscina, da pista de atletismo, etc… Não percebem que isso é o menos importante em uma escola, pois a sua essência está em seu projeto, naquilo que ela tem por princípio enquanto formação. Que modelo de formação esta senhora, a Madselva, implantou no CEP desde a sua chegada? O do barateamento da educação através de sua defesa da APROVAÇÃO AUTOMÁTICA, da implantação do DISCURSO IDEOLÓGICO REQUIANISTA (que está com os dias contados no Estado do Paraná), do SILENCIAMENTO DAS VOZES da comunidade escolar… O resultado do plebiscito é uma boa resposta daqueles que ainda não perderam a lucidez e a capacidade de ter esperança. Espero que ele signifique alguma coisa, também, para os nossos políticos que tem o poder de fazer valer a vontade da comunidade.

Professora Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008 – 12:19 hs
Queremos ver agora quais serão as falácias criadas pela Madselva e pelas “autoridades” que dão sustentação a ela. Dizer que é apenas um grupo insignificante de professores querendo aplicar o golpe para tomar a direção NÃO COLA MAIS, pois, só para lembrar, os professores acusados de serem os MANIPULADORES foram todos afastados.

ronaldo Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008 – 12:26 hs
Perguntar não ofende, os outros 11,7% que votaram contra a eleição direta, são os aspônes comissionados do govêrno.

Plebiscito no Colégio Estadual do Paraná

Gazeta do Povo on-line
Ensino Sexta-feira, 21/11/2008
Plebiscito
90% da comunidade do Colégio Estadual do Paraná quer eleições diretas para diretor
Plebiscito foi feito na quinta-feira, mesmo dia em que a maioria das escolas do estado escolheu o diretor em eleição direta

21/11/2008 | 12:02 | Célio Yano
Quase 90% da comunidade de professores, pedagogos, funcionários, estudantes e pais de alunos consultados em plebiscito na quinta-feira (20) votou a favor da realização de eleições diretas para o cargo de diretor do Colégio Estadual do Paraná (CEP). De acordo com os números divulgados pelo Grêmio Estudantil do CEP, do total de 2.972 votos computados, 2.610 (88,3%) são favoráveis à eleição direta e 345 (11,7%) contrários.

No CEP, desde 1964, uma lei estabelece que a escolha de um novo diretor deve ser indicada pelo governador. Contra essa determinação, o Grêmio Estudantil Estadual do Paraná, o Comitê Pró-Diretas e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato) comandaram um plebiscito para saber a opinião da comunidade (professores, pais e alunos) a respeito da eleição direta.


Segundo Lizandra Rocha Souza, diretora social do Grêmio Estudantil do CEP, o resultado do processo reflete bem a vontade da comunidade do colégio. “Os quase três mil votos recebidos na consulta popular representam 75% das pessoas que poderiam votar”, diz. Ela afirma que o grêmio está otimista com relação à mudança no processo de escolha do diretor. “Na segunda-feira (24) temos uma reunião marcada com o presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, deputado Nelson Justus, para entregar o resultado”, conta. “Ele se comprometeu a colocar a implantação das eleições diretas em discussão na Casa e a maior parte dos deputados tem se mostrado favorável”.

A estudante relata que os alunos esperam dificuldades apenas na sanção do projeto por parte do Executivo. “Se chegar lá e o governador não aprovar, discutiremos a possibilidade de protestos por parte dos alunos”, afirma.

A reportagem da Gazeta do Povo Online entrou em contato com a direção do CEP e a Secretaria de Estado da Educação (Seed) para o resultado do plebiscito fosse comentado, mas não houve retorno. Na quinta-feira (20), em entrevista à Gazeta do Povo, Yvelise declarou que não iria se opor ao movimento, desde que ocorresse de maneira pacífica. “Essa mobilização dos estudantes faz parte da formação de cidadania. É legítimo. O que a secretaria não pode é ir contra uma determinação do governador e promover o processo eleitoral no colégio. É isso que os estudantes precisam entender”, afirmou na ocasião.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Resultado do plebiscito

URNA DOS PROFESSORES (AS), PEDAGOGOS (AS), E FUNCIONÁRIOS (AS).

TOTAL DE VOTANTES = 229
SIM = 173
NÃO = 52
BRANCOS = 03
NULOS = 01


URNA DAS MÃES E PAIS

TOTAL DE VOTANTES = 24
SIM = 15
NÃO = 09


URNA DOS ALUNOS (AS)

TOTAL DE VOTANTES = 2 719
SIM = 2 422
NÃO = 284
BRANCOS = 03
NULOS = 10


TOTAL DE VOTOS = 2 972
SIM = 2 610
NÃO = 345
BRANCOS = 06
NULOS = 11

A votação expressa o desejo de 88,3% de que se realizem ELEIÇÕES DIRETAS NO COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ e 11,67% optaram pelo "NÃO"

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A luta continua


Blog do Fábio Campana (www.fabiocampana.com.br)

Mais uma vez o Colégio Estadual do Paraná não poderá eleger seu diretor


Quase 2,5 milhões de pessoas vão escolher na próxima quinta-feira os novos diretores das 2100 escolas públicas estaduais. Novamente, o Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, ficará fora do processo. O cargo permanece nas mãos do Governo que pode indicar quem quiser para comandar o maior colégio público do estado.

“Mais de 90% da comunidade do CEP querem as eleições diretas”, disse o deputado Mauro Moraes, do PMDB, autor de um projeto de lei que está pronto na Assembléia e pede a eleição direta.

Aproximadamente 5 mil alunos estão impedidos de decidir quem deve dirigir a instituição. A situação tem provocado manifestações (foto) constantes de professores, alunos, pais de alunos e funcionários que, além de eleições diretas, pedem a saída da atual diretora, Madselva Feiges.

Na próxima quinta-feira, mesmo dia das eleições em toda a rede estadual, será feito um plebiscito no CEP para saber a opinião da comunidade (professores, pais e alunos) a respeito da eleição direta. O resultado será apresentado ao governador Requião, que insiste em virar as costas para o pedido da comunidade escolar.

Terça-feira, 18 de Novembro de 2008 – 15:57 hs.


5 comentários
gilson Terça-feira, 18 de Novembro de 2008 – 16:00 hs
Não sei se os jumentos têm conhecimento, mas um decreto de 1964 mudou o regime jurídico do CEP, que não é um simples “colégio” e tem status de autarquia. Portanto, o diretor é nomeado diretamente pelo chefe do poder executivo. É só mudar o regime jurídico e instituir as eleições diretas, mas isso também alteraria o repasse de recursos para a instituição. Quando a verba diminuir, os jumentos plantarão novas notinhas.

Antenor Terça-feira, 18 de Novembro de 2008 – 16:13 hs
Esse Gilsom deve ser um jumento da ditadura, ou serviçal do Requião.

Jumento gilson Terça-feira, 18 de Novembro de 2008 – 16:52 hs
Não tive escolha para tratar-lhe de outra forma, visto que é tão amável, então só pode receber o mesmo tratamento, não é???!!!
As universidades estaduais também possuem um regime especial e lá se escolhe o reitor (pelo menos a lista tríplice deveria ter este sentido democrático).
As verbas destinadas as universidades também não são pequenas (já admitindo que nossos colégios públicos recebem uma miséria para “caminhar”), o colégio estadual do paraná possui um “porte” (piscinas, escolas de arte, laboratórios, etc) que exigem uma manutenção cara. Se este dinheiro virá sob um regime demoníaco ou democrático, ou mesmo não virá, isso é uma decisão dos políticos que estão cuidando de nosso patrimônio, (através de nossos votos) e também respondem pelo futuro dos jovens que lá estudarão!!!



Orquídea
Terça-feira, 18 de Novembro de 2008 – 17:00 hs
Fábio:

Só temos a agradecer pela atenção dispensada ao Colégio e aos que lá trabalham por carinho à instituição!
Pena que alguns estão indo embora, devido aos maus tratos daquela senhora. Afinal é muito difícil provar assédio moral, e as pessoas que lá ficaram estão inertes, apenas esperando aquela senhora terminar seu tempo naquele cargo (porque não ouso chamar aquilo de gestão)!

Obrigada mais uma vez!

Nego Veio Terça-feira, 18 de Novembro de 2008 – 18:19 hs
Parabéns dona Orquídea,falou pouco e disse tudo o que um certo jumento precisava ler.

Para refletir

www.jornale.com.br/zebeto/

O poder e a arrogância 18 Nov 2008 - 09:44
por JamurJr.

Vale a pena ler um comentário no Blog do Marcus Gutermann no site Folha de São Paulo. Ele fala do livro de David Owen lançado nos Estados Unidos, onde o tema é a arrogância (nossa conhecida) do poder. Aquela coisa que atinge a maioria das pessoas que assume algum cargo. Diz o autor que o “comportamento arrogante de alguns politicos não é traço de personalidade, mas sim uma patologia, a Sindrome da Arrogância. O líder que sofre dessa sindrome se convence que esta no poder para grandes feitos e que o mundo espera isso dele, mesmo que signifique atropelar considerações morais e as regras básicas da boa administração. David Owen cita vários casos de arrogantes conhecidos, entre eles o presidente norte-americano George Bush, que numa reunião com lideres árabes declarou: ” Estou numa missão divina, Deus me disse: George vai la e acabe com a tirania no Iraque” . Segundo o autor, quanto mais tempo o político permanece no poder mais acentuado e grave é o seu comportamento arrogante a ponto de com prometer o futuro de um país, por exemplo.

Plebiscito

Jornal Gazeta do Povo - Colunista Celso Nascimento - 18/11/2008

Olho vivo

Diretas já 1

No dia 20, todas as escolas públicas estaduais do Paraná vão votar para eleger seus novos diretores. Menos a maior, mais tradicional e mais importante de todas as escolas – o Colégio Estadual do Paraná (CEP). Lá não se fala em eleição: seu diretor é escolhido e nomeado pelo secretário da Educação, como é o caso da atual, a professora Madselva Freiges, pivô de dois anos de confusão no colégio.

Diretas já 2

Não haverá eleição no CEP, mas haverá um plebiscito, organizado pelo Comitê das Diretas Já e o grêmio estudantil, com o apoio da APP-Sindicato. O plebiscito vai perguntar à comunicade (professores, pais e alunos) se é a favor de eleição no colégio. O resultado será levado ao governador.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Plebiscito no Colégio Estadual do Paraná

Não existe cidadania cindida, assim como não deve existir Democracia pela metade

A consulta popular é um dos fundamentos do regime democrático, condição fundamental do exercício de participação do cidadão e direito básico de qualquer República.

Neste dia 20 de novembro, as Escolas Estaduais do Paraná escolherão seus diretores através do voto, do debate, do confronto de idéias, de propostas para um ensino de qualidade, que se orientem pelos valores democráticos e pelos direitos humanos.

No Colégio Estadual do Paraná, infelizmente, não estaremos participando desta grande festa cívica, porque não temos o direito de escolher nosso representante maior através do voto, contradição que ainda persiste, apesar de

passados 24 anos das “Diretas Já”, movimento que empolgou a nação. Podemos eleger nosso Presidente, nosso Governador, nosso Prefeito nossos representantes nas Casas Legislativas, mas não o Diretor do Colégio Estadual do Paraná.

Por isso, no dia 20 de novembro, o Comitê Diretas Já, junto com o Grêmio Estudantil do CEP e com apoio da APP Sindicato, estará encaminhando a votação do plebiscito para decidirmos se queremos ou não ter eleições diretas no CEP. Faremos a nossa grande festa cívica nesse referendo popular, convidando a comunidade escolar para participar diretamente dos debates, para que todos sejam ouvidos, não importando se os argumentos são a favor ou contra. O mais importante é a participação da comunidade e que ela possa construir diretamente uma alternativa para a indicação do diretor.

Por isso, no dia 20, participe do plebiscito e exerça o seu direito de cidadão.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Para refletir

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito uma coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Bertold Brecht

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Esperança na democracia

05/11/2008 - 08h22
Obama diz que mudança chegou à América, terra onde tudo é possível
Folha Online

Barack Obama, 47, foi eleito o primeiro presidente negro e o 44º da história dos Estados Unidos, nesta quarta-feira.

"Se pessoas ainda têm dúvidas de que a América é o lugar onde as coisas são possíveis, que ainda acreditam que o sonhos dos nossos fundadores ainda estão vivos, se ainda questionam o poder da nossa democracia, esta noite é a sua resposta", afirmou Obama em seu discurso de vitória, a milhares de partidários, em Chicago, Illinois --Estado pelo qual Obama é senador.

Leia abaixo a íntegra do discurso:

"Oi, Chicago.

Se alguém ainda duvida que a América é um lugar onde tudo é possível, ainda pergunta se o sonho dos pioneiros ainda estão vivos em nossos tempos, ainda questiona o poder da nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta das filas que cercaram escolas e igrejas em números que essa nação nunca havia visto. Das pessoas que esperaram três horas e quatro horas, muitas pela primeira vez em suas vidas, porque acreditavam que desta vez precisava ser diferente, que as suas vozes podiam fazer diferença.

Gary Hershorn/Reuters

Obama, as filhas e a mulher, Michelle, durante festa da vitória
É a resposta de jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, gays, heterossexuais, deficientes e não-deficientes. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo de que nós nunca fomos somente uma coleção de indivíduos ou uma coleção de Estados vermelhos e azuis.

Nos somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

É a resposta que recebeu aqueles que ouviram --por tanto tempo e de tantos-- para serem cínicos, medrosos e hesitantes sobre o que poderiam realizar para que coloquem a mão no arco da história e torçam-no uma vez mais, na esperança de dias melhores.

Faz muito tempo, porém, nesta noite, por causa do que fizemos nesse dia de eleição, nesse momento decisivo, a mudança chegou à América.

Um pouco mais cedo nesta noite, recebi um telefonema extraordinariamente gracioso do senador McCain. Ele lutou muito e por muito tempo nesta campanha. Ele lutou ainda mais e por ainda mais tempo por esse país que ele ama. Ele enfrentou sacrifícios pela América que a maioria de nós nem pode começar a imaginar. Nós estamos melhores graças ao serviços desse líder bravo e altruísta.

Eu o parabenizo e parabenizo a governadora Palin por tudo que eles conquistaram. Eu estou ansioso por trabalhar com eles e renovar a promessa dessa nação nos próximos meses.

Eu quero agradecer meu parceiro nessa jornada, um homem que fez campanha com o coração e que falou para os homens e mulheres com os quais cresceu, nas ruas de Scranton, e com os quais andou de trem a caminho de Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E eu não estaria aqui nesta noite sem a compreensão e o incansável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a rocha da nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama dessa nação, Michelle Obama. Sasha e Malia [filhas de Obama] eu as amo mais do que vocês podem imaginar. E vocês mereceram o cachorrinho que irá morar conosco na nova Casa Branca.

E, embora ela não esteja mais entre nós, eu sei que minha avó está assistindo, ao lado da família que construiu quem eu sou. Eu sinto falta deles nesta noite. Eu sei que minha dívida com eles está além de qualquer medida.

Para minha irmã Maya, minha irmã Alma, todos os meus irmãos e irmãs, muito obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a eles.

E agradeço ao meu coordenador de campanha, David Plouffe, o herói anônimo da campanha, que construiu o que há de melhor --a melhor campanha política, penso, da história dos EUA.

Ao meu estrategista-chefe David Axelrod, que tem sido um companheiro em todos os passos do caminho. À melhor equipe de campanha reunida na história da política --você fizeram isso acontecer, e eu serei sempre grato pelo que vocês sacrificaram para conseguir.

Mas, acima de tudo, eu nunca esquecerei a quem essa vitória realmente pertence. Isso pertence a vocês. Isso pertence a vocês.

Eu nunca fui o candidato favorito na disputa por esse cargo. Nós não começamos com muito dinheiro ou muitos endossos. Nossa campanha não nasceu nos corredores de Washington. Nasceu nos jardins de Des Moines, nas salas de Concord e nos portões de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que cavaram as pequenas poupanças que tinham para dar US$ 5, US$ 10 e US$ 20 para essa causa.

Ela [a campanha] cresceu com a força dos jovens que rejeitaram o mito de apatia da sua geração e deixaram suas casas e suas famílias por empregos que ofereciam baixo salário e menos sono.

Ela tirou suas forças de pessoas não tão jovens assim que bravamente enfrentaram frio e calor para bater às portas de estranhos e dos milhões de americanos que se voluntariaram e se organizaram e provaram que, mais de dois séculos mais tarde, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Essa é a nossa vitória.

E eu sei que vocês não fizeram isso só para ganhar uma eleição. E eu sei que vocês não fizeram tudo isso por mim.

Vocês fizeram isso porque entendem a grandiosidade da tarefa que temos pela frente. Podemos comemorar nesta noite, mas entendemos que os desafios que virão amanhã serão os maiores de nossos tempos --duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira do século.

Enquanto estamos aqui nesta noite, nós sabemos que há corajosos americanos acordando nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscar suas vidas por nós. Há mães e pais que ficam acordados depois de os filhos terem dormido se perguntando como irão pagar suas hipotecas ou o médico ou poupar o suficiente para pagar a universidade de seus filhos. Há novas energias para explorar, novos empregos para criar, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.

O caminho será longo. Nossa subida será íngreme. Nós talvez não cheguemos lá em um ano ou mesmo em um mandato. Mas, América, nunca estive mais esperançoso do que chegaremos lá. Eu prometo a vocês que nós, como pessoas, chegaremos lá.

Haverá atrasos e falsos inícios. Muitos não irão concordar com todas as decisões ou políticas que eu vou adotar como presidente. E nós sabemos que o governo não pode resolver todos os problemas. Mas eu sempre serei honesto com vocês sobre os desafios que enfrentar. Eu vou ouvir vocês, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, eu vou pedir que vocês participem do trabalho de refazer esta nação, do jeito que tem sido feito na América há 221 anos --bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada por mão calejada.

O que começamos 21 meses atrás no inverno não pode terminar nesta noite de outono. Esta vitória, isolada, não é a mudança que buscamos. Ela é a única chance para fazermos essa diferença. E isso não vai acontecer se voltarmos ao modo como as coisas eram. Isso não pode ocorrer com vocês, sem um novo espírito de serviço, um novo espírito de sacrifício.

Então exijamos um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, com o qual cada um de nós irá levantar e trabalhar ainda mais e cuidar não apenas de nós mesmos mas também uns dos outros. Lembremos que, se essa crise financeira nos ensinou uma coisa, foi que não podemos ter uma próspera Wall Street enquanto a Main Street sofre.

Nesse país, nós ascendemos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de voltar ao bipartidarismo, à mesquinhez e à imaturidade que envenenou nossa política por tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste Estado que primeiro carregou a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre valores de autoconfiança, liberdade individual e unidade nacional.

Esses são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata obteve uma grande vitória nesta noite, isso ocorre com uma medida de humildade e de determinação para curar as fissuras que têm impedido nosso progresso.

Como [o ex-presidente Abraham] Lincoln [1861-1865] afirmou para uma nação muito mais dividida que a nossa, nós não somos inimigos, e sim amigos. A paixão pode ter se acirrado, mas não pode quebrar nossos laços de afeição. E àqueles americanos cujo apoio eu ainda terei que merecer, eu talvez não tenha ganho seu voto hoje, mas eu ouço suas vozes. E eu preciso de sua ajuda. Eu serei seu presidente também.

E a todos aqueles que nos assistem nesta noite, além das nossas fronteiras, de Parlamentos e palácios, àqueles que se reúnem ao redor de rádios, nas esquinas esquecidas do mundo, as nossas histórias são únicas, mas o nosso destino é partilhado, e uma nova aurora na liderança americana irá surgir.

Àqueles que destruiriam o nosso mundo: nós os derrotaremos. Àqueles que buscam paz e segurança: nós os apoiamos. E a todos que questionaram se o farol da América ainda ilumina tanto quanto antes: nesta noite nós provamos uma vez mais que a verdadeira força da nossa nação vem não da bravura das nossas armas ou o tamanho da nossa riqueza mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e inabalável esperança.

Esse é o verdadeiro talento da América: a América pode mudar. Nossa união pode ser melhorada. O que já alcançamos nos dá esperança em relação ao que podemos e ao que devemos alcançar amanhã.

Essa eleição teve muitos "primeiros" e muitas histórias que serão contadas por gerações. Mas há uma que está em minha mente nesta noite, sobre uma mulher que votou em Atlanta. Ela seria como muitos dos outros milhões que ficaram em fila para ter a voz ouvida nessa eleição não fosse por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Ela nasceu apenas uma geração após a escravidão; uma época na qual não havia carros nas vias nem aviões nos céus; quando uma pessoa como ela não podia votar por dois motivos --porque era mulher ou por causa da cor da sua pele. Nesta noite penso em tudo que ela viu neste seu século na América --as dores e as esperanças, o esforço e o progresso, a época em que diziam que não podíamos, e as pessoas que continuaram com o credo: Sim, nós podemos.

Em um tempo no qual vozes de mulheres eram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela viveu para vê-las se levantar e ir às urnas. Sim, nós podemos.

Quando havia desespero nas tigelas empoeiradas e a depressão em toda parte, ela viu uma nação conquistar seu New Deal, novos empregos, um novo senso de comunidade. Sim, nós podemos.

Quando bombas caíam em nossos portos e a tirania ameaçava o mundo, ela estava lá para testemunhar uma geração chegar à grandeza, e a democracia foi salva. Sim, nós podemos.

Ela estava lá para ver os ônibus em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, a ponte em Selma e um pregador de Atlanta que disse "Nós Devemos Superar". Sim, nós podemos.

Um homem chegou à Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo foi conectado por nossa ciência e imaginação. Neste ano, nesta eleição, ela tocou o dedo em uma tela e registrou o seu voto porque, após 106 anos na América, através dos melhores e dos mais escuros dos tempos, ela sabe que a América pode mudar. Sim, nós podemos.

América, nós chegamos tão longe. Nós vimos tanto. Mas há tantas coisas mais para serem feitas. Então, nesta noite, devemos nos perguntar: se nossas crianças viverem até o próximo século, se minhas filhas tiverem sorte suficiente para viver tanto quanto Ann Nixon Cooper, quais mudanças elas irão ver? Quanto progresso teremos feito?

É nossa chance de responder a esse chamado. É o nosso momento.

Esse é nosso momento de devolver as pessoas ao trabalho e abrir portas de oportunidade para nossas crianças; de restaurar a prosperidade e promover a paz; de retomar o sonho americano e reafirmar a verdade fundamental de que, entre tantos, nós somos um; que, enquanto respirarmos, nós temos esperança. E onde estamos vai de encontro ao cinismo, às dúvidas e àqueles que dizem que não podemos. Nós responderemos com o brado atemporal que resume o espírito de um povo: Sim, nós podemos.

Obrigado. Deus os abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América.

Tradução de GABRIELA MANZINI