segunda-feira, 26 de abril de 2010

Somos muitos...

Aos Companheiros de Utopias e Esperanças.

O presente momento porque passamos é muito importante, a continuidade e o fortalecimento da Democracia que se expressa nas eleições de governadores e do Presidente da República, vai consolidando a via democrática como a única via possível de aperfeiçoamento dos instrumentos de consulta popular e que aos poucos vão abrindo-se espaços maiores de participação dos movimentos sociais organizados que se fortalecem exatamente quando se tem assegurado esses processos e a sua continuidade ininterrupta. Condições básicas para que possamos pensar uma Sociedade, onde o lucro não seja o seu cerne e nem os privilégios de classe sejam os diferenciais que representem essa Sociedade.
Mais devemos caminhar fortalecendo as decisões da sociedade civil organizada diminuindo os poderes do Estado, e aumentando os poderes populares, através do resgate das formas de democracia direta e indireta. Sendo o centro das decisões sempre à vontade e o desejo do povo que se expresse nas propostas de mudanças surgidas nesses fóruns populares ajudando a construir, uma Sociedade Democrática, Republicana que garanta uma boa educação, saúde, moradia, lazer, emprego, para todos os brasileiros independentes de sua condição social, política econômica de gênero e de cor.
Mas infelizmente o Colégio Estadual do Paraná mais uma vez estará apenas assistindo essa imensa festa democrática, pois exatamente no maior colégio público do Estado do Paraná, a direção é indicada indo na contramão da história recente do pais que saiu de um longo processo de negação da participação popular sob os auspícios da ditadura civil militar que usurpou o poder derrubando de forma violenta o governo de João Goulart legitimamente eleito, estabelecendo uma longa noite de terror e medo, casando mandatos intervindo em sindicatos, negando direitos essenciais do cidadão, violando a Constituição, usando a tortura, e o “desaparecimento” de presos de consciência para intimidar os movimentos de resistência, admitindo apenas o bipartidarismo, negando o pluralismo. Com essas medidas impedia o rodízio dos que se encontram no poder que é sempre salutar para o exercício democrático entre a “oposição e a “situação”.
Então espero que o novo governo que assume tenha como meta educacional restabelecer o ambiente democrático no maior colégio estadual do Paraná, o “velho” CEP de lutas, por seus corredores passaram várias gerações que não se calaram diante de arbítrios de governos e que tantos estudantes formou com seus sonhos e esperanças da construção de um Mundo melhor e de um Brasil onde todos possam sonhar todos os dias.
E para que o ambiente democrático se estabeleça faz se necessário que a direção geral bem como os demais cargos que representem uma comunidade de cidadãos seja escolhidos de forma direta livre, respeitando a vontade geral. Para contribuir para o avanço da democracia no CEP o novo governo poderia estabelecer uma consulta à comunidade escolar do CEP mediante a composição de uma lista tríplice e que o mais votado encabece a lista ficando o governo no compromisso de escolher o primeiro nome da lista.
A formação de uma comissão eleitoral composta paritariamente entre os membros da comunidade escolar do CEP escolhida de forma direta, que terá atribuições de formular os critérios e as normas para a realização das eleições diretas, e dissolvendo-se após a elaboração destes. E de uma comissão para rever e adequar o estatuto escolar a realidade presente.
E também ressaltar que a simples eleição é o primeiro passo, seguido do retorno as coordenações de área também eleitas de forma direta com consulta a seus pares, a mudança de costumes e mentalidade em relação aos estudantes percebendo-os em suas múltiplas imagens, e para isto faz-se necessário uma nova linguagem que supere a usada representada nos famosos “rádios transmissores” e seus “positivo operante”, “na escuta”, uma nova abordagem pelos “inspetores de corredor” que antes de tudo estão para ajudar no processo educativo e não ao contrário. E isto necessariamente é pensar a escola não mais como um modelo fordista, taylorista de controle de tempo e produção em serie, pois simplesmente o livro ponto e suas aferições não garantem de maneira nenhuma uma boa educação.
As salas precisam ser vistas como espaços de aprendizagem, discussão e interação entre o sujeito que apreende e o sujeito que educa numa troca constate de conhecimentos e não como celas, que quando os alunos põem a cabeça fora delas podem ser “cortadas”.
A diminuição da burocracia, pois a burocracia deve servir ao processo de ensino aprendizagem e não ao contrário.
A hora atividade é exclusivamente como espaço do professor para o seu aprimoramento intelectual e atividades de sua profissão.
Maiores atividades culturais, como o maior uso do teatro, dos esportes, da música como peças importantes na formação integral do professor e do aluno, como a semana cultural que seja uma semana cultural que envolva alunos, professores, funcionários e o setor pedagógico e que expresse o que se produz no CEP.
A formação do conselho consultivo que seja composto por professores das diversas áreas do conhecimento indicados pelos seus pares, por estudantes representados pelas suas entidades, como o grêmio estudantil e a Comissão de representantes de turma CRT, pelos funcionários e seus pares, pelos pedagogos e seus pares, na proporção de um representante por categoria e seu suplente. A função do conselho consultivo é ajudar a direção a diminuir as tensões, traçar estratégias de melhorias no convívio escolar, propor soluções pedagógicas, e auxiliar a resolver problemas surgidos ao longo do ano letivo e democratizar as decisões, possibilitando ampliar o debate para um conjunto maior da comunidade escolar do CEP. É consultivo porque a direção somente o convocara se achar necessário compartilhar as soluções propostas, não retirando de maneira nenhuma a função do conselho escolar, é a ampliação da democracia e não a sua restrição.
A informatização das planilhas de notas, a simplificação do livro de chamada, e a restrição cada vez mais do excesso do uso do papel, hoje possuímos outras mídias que podem ser usadas no cotidiano escolar, substituindo esses ‘velhos conceitos “contribuindo com isto para um melhor aproveitamento do tempo escolar, bem como contribuindo de forma direta para a questão ambiental, de menos papel mais arvores e menos custo para o contribuinte.
O retorno do CEP como espaço de formação de nível médio, com isto se adequando a proposta do “ensino médio inovador” que prevê a escola de período integral, dessa maneira a proposta seria implementada com maior rapidez, uma vez que sendo somente de formação de nível médio facilitaria a sua implantação.
No paisagismo uma solução para o chafariz, que deve ser reformado e que venha embelezar a porta de entrada do CEP, como sempre foi a sua função, para isto ocorra como foi afirmado anteriormente tem que se mudar a mentalidade de perceber os alunos, “se deitam na grama” asfalte-a, se “pulam no chafariz” esgote-o, “soluções” de quem não tem solução.
A imediata solução para os professores processados, que foram processados por emitirem suas opiniões, o que em outros tempos seriam considerados “presos de consciência”, sendo a direção a principal responsável por esses processos absurdos e fora de seu tempo.
Que o grêmio estudantil decida com seus pares a melhor maneira de se organizar rompendo com a tutela que lhes é imposta, como por exemplo, criando critérios de participação no grêmio como, nota, disciplina, quem deve criar os critérios são os estudantes e não a direção, professores, pedagogos.
O jornal do grêmio deve ser do grêmio e não deve passar por censor nenhum, como a radio intervalo deve ter a sua programação feita pelos estudantes.
Que a biblioteca seja utilizada plenamente, respeitando o seu horário de inicio e o horário de fechamento, que os alunos possam freqüentá-la independente do seu turno, e aberta inclusive a ex-alunos e a comunidade do CEP.
A implementação da gestão democrática de fato e não a sua caricatura como é nesse momento.
Espero que o novo governo que assume assuma os compromissos esboçados acima e contribua enormemente para o restabelecimento das liberdades democráticas no CEP e deixe essa marca em sua gestão.

Rubens Tavares Professor História Colégio Estadual do Paraná

sábado, 3 de abril de 2010

A educação em oito anos de governo Requião

Gazeta do Povo
A educação em oito anos de governo Requião
Publicado em 28/03/2010 | Araci Asinelli Luz

Durante dias, fiquei me perguntando qual a marca do governo Requião na Educação? Que contribuição no presente pode ter impacto significativo na educação do futuro?
E procurei listar o que me veio à cabeça espontaneamente:
a criação do portal dia a dia educação, o programa de desenvolvimento educacional (PDE) para os professores, o concurso de acesso de professores ao quadro do magistério, o livro didático público, a mobilização em torno do plano de carreira do professor, a assinatura da lei que cria as equipes multiprofissionais nas unidades escolares do estado, a lei que autoriza o uso do nome social de gênero na matrícula e listas de chamada nas escolas, a criação da patrulha escolar, a criação do núcleo da diversidade dentre as equipes de trabalho ligadas à Secretaria de Estado da Educação, alguns avanços em termos de visibilidade às propostas de educação do campo, educação indígena, educação de jovens e adultos, educação especial, a entrega às escolas da TV pendrive.
Para um primeiro momento, parece-nos, quantitativamente, um bom quadro de realizações. No entanto, a análise crítica de seus significados e impacto na Educação do Paraná, mostram que “essência e aparência”, por aqui, ainda não se entendem. Isso porque, mais poderoso do que o fazer, está a sua intencionalidade. E, no Paraná, a intencionalidade não é a promoção de pessoas a um status de cidadania plena e sim marcar o governador como aquele que mais realiza e oferece benesses ao magistério do Paraná.
Argumento porque tenho uma filha e netos que estudam em escolas públicas, assim como, na qualidade de professora que atua na formação de professores e orienta professores PDE, oriento dissertações e teses que envolvem aspectos de cognição, aprendizagem e desenvolvimento humano, acompanho a realidade das escolas, seus modelos de gestão, a condição de trabalho de professores e professoras, as (des)motivações dos estudantes, o desinteresse dos pais, as dificuldades dos conselheiros tutelares em sua relação com as escolas, a missão quase impossível de pedagogos e educadores sociais em mediar o acesso, a permanência e a promoção de crianças portadoras de necessidades especiais, com altas habilidades e superdotação, bem como crianças e adolescentes que vivenciam situações de vulnerabilidade pessoal e social e que convivem em abrigos.
O que se vivencia é um alto investimento político, com baixo respaldo pedagógico. É a aparência mascarando a essência. Por exemplo, nas escolas estaduais em que acompanhei estágios, e foram muitas nesses oito anos, em nenhuma o livro didático público fazia parte do plano de trabalho sistemático do professor, sendo, inúmeras vezes, de total desconhecimento por parte dos estudantes. Da mesma forma, a chamada TV pendrive ou TV laranja, adquirida por processo duvidoso e alto faturamento, se por um lado pode ser um excelente recurso de apoio ao professor, sob a ótica da aprendizagem não cumpre seu papel, pois dada a estrutura das escolas públicas e o grande nº de estudantes por sala, sua visibilidade e baixa-eficácia faz com que seja sub-utilizada. Muitas se encontram danificadas e não foram previstos recursos para sua manutenção. Portanto, investimentos duvidosos em Curitiba e região metropolitana, embora possam ser eficientes em municípios de outras regiões.
A lei que cria as equipes multiprofissionais, de maio de 2006, até hoje não foi regulamentada e os Conselheiros tutelares já buscaram agendamento, sem sucesso, junto aos secretários de educação que atuaram nas duas gestões. A ausência dessa regulamentação dificulta a solução pacífica dos conflitos relacionais existentes na escola, propiciando que a escola se transforme em “caso de polícia” (patrulha escolar) em lugar de ser um local apropriado de educação.
Poderia citar impactos positivos para muitas das ações (criadas por obrigação do ofício e não como “favor” à população), se o modelo de gestão fosse outro, democrático em lugar de autoritário, solidário em lugar de egocêntrico, respeitoso em lugar de homofóbico, idôneo em lugar de desmoralizante, pacificador em lugar de beligerante, possibilitador em lugar de gerador de conflitos. Vide o que acontece com o uso da TV Educativa e os inúmeros projetos e programas em parceria com a sociedade que se perderam pelo fato de o Governador transferir para a Escola seus conflitos pessoais (exemplo, impedir que as escolas estaduais participem do projeto Ler e Pensar (da RPC) em função de sua briga pessoal com a imprensa que não se intimida frente seus desmandos. As escolas foram proibidas de assinar e receber a Gazeta do Povo, como ocorria anteriormente no governo Lerner).

Nesse sentido, não posso deixar de citar e enfatizar o traumático processo de degradação moral imposta aos professores, estudantes, familiares e demais profissionais não docentes que compõem o estafe escolar do Colégio Estadual do Paraná, com a indicação e manutenção de interventora incompetente e inadequada para gerenciar uma estrutura histórica de tal envergadura. O tempo mostrará o dano irreparável no processo de desenvolvimento humano de parte da juventude que foi obrigada a se calar e que hoje vive sob o “xale da intimidação” para poder se manter na escola. O Colégio Estadual do Paraná, orgulho de todos nós, já não é mais o mesmo. No entanto, a História nos tem ensinado que não há um tirano que um dia não tenha caído. Felizmente, esse dia está próximo e vale à pena esperar por ele.

Creio que de positivo, com mais possibilidades de acertos do que erros, em que pesem as distorções, posso citar o Portal da Educação, a manutenção das escolas especiais para atendimentos diferenciados evitando transferência traumática para a criança especial e, corrigidas distorções grosseiras atuais, o PDE para os professores. Fora isso, muito ônus e pouco bônus.
É também possível reconhecer um contingente enorme de pessoas tecnicamente competentes vinculadas às políticas de educação, capazes de “alçar vôos” por si próprios em lugar de se renderem aos apelos e favores políticos, passageiros e perversos para uma sociedade democrática em construção.
* * * * * *
Araci Asinelli Luz é Doutora em Educação Setor de Educação da UFPR.

A luta continua

A Democracia no Colégio Estadual do Paraná

Mais uma vez os estudantes foram fazer o abraça CEP, como protesto e
também como ato de amor ao “velho” CEP, pois querem ser ouvidos, ter
seus direitos respeitados, e fundamentalmente que a democracia se
estabeleça no CEP, ou melhor, que a gestão democrática se efetive,
saia do papel e do discurso vazio. Foi bonito, subiram no caminhão e
olhe como precisa de coragem para subir nele, fazer discursos se
emocionar, a aula foi na frente do CEP e que aula, de cidadania,
respeito, coragem, não é a mesma direção que fica cobrando dos jovens
uma atitude, ora desde que essa não seja uma atitude contra a minha
vontade, nesse caso são menores, manipulados, querem “matar” aula.
A cena foi ao mesmo tempo patética e bonita, patética ao ver todo o
“staff” presente, as inúmeras câmeras e filmadoras presentes, as
listas de identificação a esses que se prestaram a essa ações, a
filmar professores, alunos como maneira de intimidação, como fez o
diretor da noite que nem merece ser pronunciado quanto mais escrito
para esse o esquecimento, amnésia. E olhe que hoje passados 46 anos
de uma longa noite que se abateu sobre esse país, temos que ainda
presenciar tais cenas. Lembrar que presos nessa longa noite de
arbítrio desapareciam, outros eram torturados e outros roubados e
ofendidos em sua dignidade, que o decreto 477 amordaçava a educação,
mas não calava as vozes. Esses mesmos “professores” que um tempo antes
se diziam de “esquerda” soa patético, talvez sejam os cabo Anselmo
moderno em busca de mais cadáveres.
E a direção mais uma vez apostou no confronto que foi e é a sua marca
de gestão, discurso stalinista fora de seu tempo e lugar, apostou no
não dialogo, e mais uma vez saiu derrotada, em suas idéias e ações,
que triste momento para uma data tão simbólica. E pode ter certeza que
uma tempestade não dura para sempre, que a poesia ira romper o dia e o
sol nascera para que a noite se recolha e tenhamos esperanças de dias
melhores, e como diria Paulo, “distraídos venceremos”, parabéns aos
alunos, professores, funcionários que cada uma a sua maneira apóia a
luta por um CEP democrático, espaço de formação da cidadania, da ética
e fundamentalmente da formação política.

Rubens Tavares Professor História Colégio Estadual do Paraná

AbraçaCEP 2010

Se muito vale o já feito, mais vale o que será! O CEP está em luta novamente!

Depois de 3 anos de luta, dia 31 de Março (Data de afastamento do Governador Roberto Requião):


AbraçaCEP 2010!

Dia 31 de Março

7:10am

em frente a entrada principal do Colégio Estadual do Paraná


Por democracia, eleições diretas para diretor, Anistia, Ampla, Geral e Irrestrita para professores e funcionários processados ou afastados em 2007, liberdade de expressão e organização estudantil.



Apoio: APP-Sindicato, União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre (ANEL), Centro Acadêmico Anísio Teixeira de Pedagogia (CAAT-UFPR), DCE-UFPR e SINDUTF-PR.



Realização: Movimento Pró-Democracia






Obs. Fazemos o convite para que os ex-alunos e ex-professores que estavam em 2007 a estarem no dia 31.

divulguem...